Foi anunciado, a partir dessa semana, que vários países realizarão a flexibilização da quarentena. Entre eles, estão países nos quais o efeito da pandemia do coronavírus foi particularmente dramático, como Itália e Espanha. Em outros lugares, como o Brasil, já se discute uma flexibilização a partir do mês que vem. Nos EUA, a situação do coronavírus é extremamente dramática, com quase 57 mil mortes e mais de 1 milhão de infectados registrados, mas mesmo assim os governos procuram brechas para fexibilizar a quarentena.
Segundo matéria da Jovem Pan, os capitalistas vêm de forma muito positiva essa perspectiva. Em diversos lugares do mundo, as bolsas amanheceram em uma ascensão discreta, o que demosntra o otimismo do chamado “mercado”. Outro aspecto que tem animado muito os donos do capital é o fato de os governos de todos os países estarem dando “pacotes de estímulo” para as grandes empresas nos países, que se encontravam a ponto de quebrar devido ao coronavírus.
O “pacote de estímulos” nada mais é do que a transferência de dinheiro público diretamente para as mãos dos capitalistas. Uma ação criminosa, visto que a população dos países sofre com a precariedade dos sistemas de saúde de todo o mundo e com a ausência de investimentos em testes, pesquisas para a cura e outras medidas muito mais efetivas no combate ao coronavírus do que a entrega de dinheiro para os capitalistas.
Toda a “animação” dos mercados em torno da questão da flexibilização da quarentena mostra que não há nenhum interesse real da burguesia em preservar a vida de ninguém. A verdadeira política da burguesia é pressionar os governos a acabarem com a quarentena. Quarentena essa que foi, desde o princípio, exclusiva para uma pequena parcela da população.
Nesse próximo período, os capitalistas irão mandar as pessoas para as ruas sobre a base de suas próprias necessidades econômicas. Caso a situação da saúde pública tenha uma piora muito dramática, possivelmente os governos vão voltar atrás, mas se houver uma situação possível de ser contornada, o governo irá manter a política de mandar todos trabalharem correndo risco de vida. Ou seja, os trabalhadores irão servir de verdadeiras “cobaias humanas”.
A classe operária não deve aceitar isso. É preciso se mobilizar e impôr uma luta contra a burguesia que quer causar um verdadeiro genocídio nos mundos. Devemos fortalecer a formação de conselhos de bairro em todos os lugares, de modo a organizar o povo e exigir dos governos as medidas necessárias para o combate ao coronavírus e para a preservação da vida das pessoas.