Segunda-feira (7), as forças armadas dos Estados Unidos retiraram-se da fronteira entre a Turquia e a Síria, um ordem vindo diretamente de Donald Trump. O exército imperialista, altamente enfraquecido pela sucessivas derrotas sofridas contra Bashar al-Asaad, que conta com o apoio da Rússia e do Irã, não conseguia mais manter suas ativadas militares na região.
Parte da propaganda que tentava justificar a guerra na Síria alegava que os Estados Unidos estaria ajudando na luta dos curdos contra o Estado Islâmico, uma alegação um tanto quanto absurda levando em conta que a organização terrorista é fruto dos laboratórios europeus e norte-americanos; para eles trata-se nada mais nada menos que de um ferramenta bélico-política.
A propaganda caiu por terra agora que o governo turco aproveitou a retirada dos ianques de suas fronteiras para dar início a uma feroz ofensiva contra as milícias curdas, como as Unidades de Proteção Popular (YPG) e as Forças Democráticas da Síria (FDS).
A aliança entre americanos e curdos se deu tão somente para enfraquecer o governo sírio. Os curdos, através de diversos grupos diferentes, lutam para conquistar seu próprio território. A distribuição espacial do que reclamam hoje como o Curdistão situa-se entre a Síria, Turquia, Azerbaijão, Armênia, Irã e Iraque.
Após o fim dos impérios Turco-Otomano e Persa, seus respectivos territórios foram repartidos em diversos países passando por cima da distribuição prévia entre o povos que ali habitam, os curdos ficaram de fora dessa partilha.
Atualmente o principal grupo organizado é o YPG, e situa-se na fronteira da Síria com a Turquia. Sua disputa contra o governo de Erdogan é pela terra. O YPG reclamam parte do território que hoje pertence a Turquia. É uma disputa ferrenha pois o território também conta com a presença do Estado Islâmico.
Desde de 2016, os norte-americanos haviam estabelecido uma aliança com os curdos, apresentada internacionalmente como uma frente de combate contra a ISIS. Fica evidente agora que a aliança não passou de uma fachada ,e a real intenção nunca foi de lutar contra o terrorismo, pois com a retirada de seus exércitos, os americanos não moveram sequer um dedo para abastecer os curdos contra o EI. Somente sairam em defesa de seus antigos “aliados” na tentativa de enfraquecer politicamente Erdogan e al-Asaad, dois governos onde os golpes imperialistas fracassaram, e mesmo assim deu-se através da OTAN que pediu somente “moderação” por parte dos turcos.
Torna-se então evidente o erro de se aliar, mesmo que esporadicamente, com os norte-americanos, pois a tal aliança se desfez do dia pra noite deixando a população curda com uma mão na frente e outra atrás.