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Continua a farsa de Doria

Fim da fase vermelha: Doria não tem plano de combate à COVID-19

Doria retira as restrições da fase vermelha, mesmo no auge da pandemia no estado de São Paulo. É a política de sacrificar a população pelo lucro dos capitalistas

Após uma piora nos indicadores do coronavírus, o governo de João Doria implantou a fase vermelha em todo o estado de São Paulo, a mais restritiva do plano de flexibilização econômica, a partir do dia 22 de janeiro. Este decreto restringiu os serviços e a atividade econômica aos sábados, domingos e feriados e nos dias de semana no horário noturno, das 20h00 até as 6h00 da manhã.

Segundo as regras, determinadas pelo governo estadual, apenas os serviços considerados essenciais estariam autorizados a funcionar, como farmácias, padarias, mercados, igrejas, transportes públicos, açougues, postos de combustíveis, lavanderias, hotéis, pet shops e bancos. Estas medidas inicialmente estavam previstas para continuarem em vigor até o dia 7 de fevereiro.

Segundo os dados oficiais divulgados pelo governo paulista, o estado tinha, até o dia 1º de fevereiro, um total de 1.779.722 casos confirmados da doença, com 53.090 mortes, quase um quarto do total de mortes em todo o país (que já totaliza mais de 225 mil mortes).

Mas nesta segunda-feira (1), o governador João Doria declarou que nesta quarta (3) irá revogar este decreto, o que retirará as restrições de funcionamento dos bares, shoppings, restaurantes e muitas outras atividades econômicas.

A alegação do governador Doria é que houve um recuo no número de casos, 4% na primeira semana e 8% na segunda e que houve uma diminuição do número de pacientes internados em UTI, de 6.800 para 5.800, além de uma suposta estabilização do número de mortos.

O escravagista Doria

A declaração do governador fascista Doria é de um cinismo a toda prova. No fundo, as restrições que ele impôs à população do estado significam apenas que o trabalhador está livre apenas para trabalhar. Nos fins de semana, ou à noite, períodos em que ele pode se dedicar ao lazer, está proibido.

O povo está liberado para ir trabalhar todos os dias em seu ambiente repleto de pessoas, tendo para isso, que pegar os transportes públicos, ônibus, trem ou metrô, completamente abarrotados. Para a burguesia isso tudo bem, não há perigo de transmissão do vírus. Mas uma saída para o bar, tomar uma cerveja, comer uma refeição à noite, passear no fim de semana, pegar uma praia não pode. Segundo a propaganda da burguesia, altamente disseminada nos meios de comunicação são esses os únicos locais onde se transmite o coronavírus. Essas são medidas repressivas, típicas de um governo fascista, que não levam em consideração a liberdade de escolha. Neste sentido estas restrições atingem principalmente as camadas mais humildes da população.

Nesta segunda-feira (1), o governo liberou a volta às aulas presenciais das escolas particulares, sendo que a volta da rede pública estadual está marcada para o dia 8 e a rede pública municipal para o dia 15 de fevereiro.

Por trás de toda esta intensa campanha para a volta às aulas e a rápida revogação das medidas restritivas está a necessidade premente dos capitalistas da completa retomada de toda atividade econômica. Depois de um ano inteiro de prejuízos a burguesia precisa que todo o povo esteja nas ruas para trabalhar, consumir e movimentar a economia. Por isso precisa da volta às aulas, já que o setor de educação movimenta um enorme contingente de pessoas, não apenas estudantes, professores e funcionários, mas toda uma economia que gira em torno dele, setores do transporte, alimentação, cultura, diversão, etc.

O que o governo Doria está fazendo é desprezar a realidade que está visível para todos: que a pandemia está no seu auge.

É pura mentira que houve uma estabilização na pandemia no estado de São Paulo. Dados oficiais mostram que desde o dia 9 de janeiro o estado passou a ter mais de 10 mil novos casos da doença por dia. Até agora nunca tivemos este número em um único dia. Também, a partir desta data nunca houve menos que 213 mortos por dia. A taxa de letalidade, neste período, teve uma leve baixa, de 3,1 para 3. Essa taxa é a porcentagem de óbitos por número de casos.

É claro para qualquer um que a pandemia está completamente descontrolada no estado.

A vacina de Doria

Toda esta enganação de João Doria vem na esteira da sua falsa campanha de vacinação. O site do governo de São Paulo tem agora um “vacinômetro”, que traz o número de vacinados até o momento.

Neste dia 2 de fevereiro o vacinômetro trouxe a contagem de 496.097 vacinados. A vacinação no estado começou a ser feita no dia 18 de janeiro, com um lote de vacinas importadas da China. Este número é bem revelador, porque após 16 dias menos de 500 mil pessoas receberam a vacina. Seria uma média de 31 mil pessoas vacinadas por dia. Se isso se estendesse à toda a população do estado, de 45 milhões de pessoas, significaria que demoraria quase 4 anos para que todos pudessem receber apenas a primeira dose, o que se tornaria a vacina inútil sem o reforço da segunda dose.

No mais o estoque de vacinas de Doria já se esgotou e existem apenas promessas de que os insumos para a fabricação pelo Instituto Butantã comecem a chegar da China.

Desde o início da crise da pandemia que o governo João Doria se notabiliza pela total falta de uma política verdadeira de contenção da pandemia. Nunca houve testes para a população, nunca se distribuiu álcool gel ou máscaras para a população, os hospitais de campanha nunca funcionaram de verdade, não houve contratações de médicos ou outros profissionais da área médica, não houve investimento em criação de mais vagas nos hospitais, nada. Somente alguns períodos de quarentena que só serviram para uma pequena parcela da pequena burguesia, que é capaz de fazer o tal “home office”. Para a enorme maioria da população não foi possível ficar em casa nem por um dia. Nesse sentido, a política de Doria foi exatamente igual à do governo federal, ou seja, nenhuma ação real de combate à doença. Não por acaso o Brasil ficou na última posição no combate à pandemia, um estudo feito pelo Lowy Institute, em 98º lugar.

Com essa ridícula política de quarentena, Doria angariou o apoio da classe média liberal, pequeno burguesa, que até hoje repete o mantra “fica em casa”.

Enfim, o governo Doria nunca teve uma política de combate ao coronavírus e mesmo sua vacina foi apenas uma farsa. Suas ações foram uma sequência de enganações do povo, que seguem um roteiro bem definido cujo objetivo é chegar a 2022 como o consagrado candidato anti-Bolsonaro.

Doria, o escolhido da burguesia para 2022

Tudo isso evidencia a enorme propaganda que tem sido feita em cima do nome de João Doria, um suposto inimigo do presidente golpista Bolsonaro, que Doria seria o governador “científico”, que faz uma política baseada na ciência, contra Bolsonaro, o presidente terraplanista e negacionista.

Doria é a aposta da burguesia para substituir Bolsonaro nas eleições de 2022, um candidato, que pela sua demagogia “científica”, conseguiu o apoio de uma boa parte da esquerda, que o enxerga como o “mal menor”.

No final das contas, Doria, apoiado pela pequena burguesia, levanta o seu dedo indicador e coloca a culpa pelo coronavírus em cima do povo. É o povo, que não ficou em casa, que insistiu em dar uma saidinha para o bar, para uma festa, para a praia, que é o culpado pela disseminação da pandemia do coronavírus. Não é porque o povo é obrigado a trabalhar, é culpado porque dá sua saidinha no fim de semana para se divertir.

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