O futebol mundial, sob o domínio e o controle do grande capital, parece não encontrar limites para a sua mercantilização. É cada vez mais acintosa a forma como os grandes capitalistas buscam estrangular o esporte mais popular do mundo, colocando-o inteiramente a serviço dos interesses e do lucro das grandes corporações e marcas, que movimentam volumes inimagináveis de capital, explorando esta que é a grande paixão das massas populares nos quatro cantos do planeta.
A FIFA, entidade que rege, organiza e controla as competições do calendário internacional do futebol, vem se tornando, cada vez mais, uma espécie de agência de prospecção para que os interesses capitalistas se viabilizem, explorando o esporte que é praticado dentro das quatro linhas. Isso fica claro nos inúmeros eventos que estão sob o espectro da entidade, todos movimentando gigantescos volumes de capital em patrocínios, direitos de transmissão, merchandising e outras dezenas de receitas.
Coerente com a lógica que motiva e impulsiona o funcionamento da economia capitalista, onde tudo pode vir a ser explorado para se obter lucros casa vez maiores, as grandes corporações, os grandes capitalistas e investidores já acenam, neste momento, com a possibilidade de explorar comercialmente o mais novo “integrante” da comunidade futebolística, o famigerado VAR, que fez sua estreia nada simpática e amigável aos torcedores de todo o mundo durante a Copa da Rússia, em 2018, quando interferiu diretamente nas decisões da arbitragem de campo, adulterando o resultado de algumas partidas,
Embora seja ainda uma possibilidade, mas que já despertou polêmica no mundo futebolístico, principalmente europeu, a FIFA, obviamente, já está com os cálculos feitos: “De acordo com Tim Crow, especialista em marketing esportivo, o VAR ocupou cerca de 27 minutos de televisão na última Copa do Mundo. Se cada minuto vale 600 mil libras, segundo avaliação da Ampere Analysis (cerca de R$ 3 milhões), a Fifa acumularia mais de R$ 80 milhões com esse acordo comercial” (ESPN, 16/05).
Embora nesse momento ainda possa haver alguns senões em explorar comercialmente o VAR, na medida em que há toda uma reação do público torcedor à presença da engenhoca nos gramados de todo o mundo, seria leviano desconhecer a atenção despertada na audiência quando o árbitro de campo se dirige ao vídeo para dirimir lances julgados polêmicos ocorridos dentro de campo.
Como se pode constatar, de forma clara e inequívoca, o que ainda pode ser apenas uma possibilidade, rapidamente pode evoluir para uma situação de fato, concreta, considerando os gigantescos e enormes interesses que permeiam o futebol, dominado e controlado cada vez mais pelas grandes corporações, que se colocam como associadas da FIFA para fazer expandir os negócios capitalistas ao redor do mundo envolvendo o esporte mais popular do mundo.