Em entrevista, o candidato pelo PSOL a prefeitura da cidade de São Paulo, Guilherme Boulos, disse que o PSB (Partido Socialista Brasileiro) no Estado de São Paulo era o PSDB, quando questionado sobre Márcio França ser um candidato da ‘oposição’ ao PSDB.
Essa afirmação de Guilherme Boulos revela muita coisa sobre o caráter político da chapa para as eleições e confirma a análise do PCO onde afirma que a chapa encabeçada por Boulos é a esquerda escolhida pela direita para as eleições da cidade.
Isso porque, a candidata a vice-prefeita Luiza Erundina pertenceu aos quadros do PSB paulista por 19 anos. A entrada de Luiza Erundina no PSB se deu após o fim do seu mandato na prefeitura de São Paulo e de ter sido convidada e aceitar assumir o cargo de ministra-chefe da Secretaria da Administração Federal do governo do ex-presidente Itamar Franco. Itamar Franco era vice da chapa apoiada pela burguesia em 1989 nas eleições presidenciais que levou Fernando Collor a presidência da República. Após seu impeachment, Itamar Franco assumiu.
O cargo assumido por Luiza Erundina levou as sanções por parte da direção do PT. Em 1993, foi decidiu pela suspensão “de todos os direitos e deveres partidários” de Erundina pelo período de um ano e Erundina rompeu com o partido em 1996 e entrou no PSB.
Era admiradora do ex-governador tucano Mário Covas e chegou a procurar apoio do então governador quando foi candidata a prefeitura de São Paulo nas eleições de 2000 e prestou solidariedade ao governador quando este atacou os professores estaduais durante uma greve da categoria que resultou em confronto.
A partir daí, Luiza Erundina embarcou numa política cada vez mais direitista e de aproximação com os setores tucanos que controlam o Estado de São Paulo há décadas, aos governos de destruição e privatização do estado. Ou seja, sempre esteve com os tucanos paulistas.
A situação foi tão direitista que durante as eleições de 2010, Luiza Erundina foi eleita deputada federal novamente com a coligação Preste Atenção São Paulo, formada pelo PSB e partido de extrema direita PSL, futuro partido de Jair Bolsonaro.
Não adianta tentar ‘pintar’ agora Luiza Erundina como lutadora do povo e contra os golpistas quando construiu sua carreira política com ataques a classe trabalhadora e apoio com setores que articularam o golpe em 2016 e que levaram a Jair Bolsonaro a presidência da República de maneira fraudulenta.
Luiza Erundina é a vice ideal de Guilherme Boulos e mostra porque essa é a esquerda ‘escolhida’ para ser impulsionada nas eleições. Veja, Folha de S.Paulo e Estadão impulsionam suas candidaturas porque são elementos que constantemente tomam posições de ataques a esquerda.
Erundina foi por quase 20 anos desse mesmo PSB que Guilherme Boulos diz que sempre foi tucano e apoiou incondicionalmente o PSDB em São Paulo.