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Cadáver político

FHC, aliado da esquerda?

A candidatura de Lula deve estar à frente de uma gigantesca mobilização popular ou subordinada a reviver cadáveres políticos da burguesia?

Nesse 12 de maio, Lula e FHC almoçaram juntos. O encontro serviu de festejo para a imprensa golpista e para os tucanos. Na contramão da situação política, a frente ampla com os maiores criminosos da história seria a solução?

Não se sabe precisamente o que se passa pela cabeça dos dirigentes do PT. Entretanto, com a reunião, eles deram a entender que alguma aliança com uma das figuras mais asquerosas da história do País fosse algo positivo para a esquerda. A Folha de S. Paulo, em sua capa, bem como alguns direitistas do PT, argumentaram que FHC seria uma figura respeitável, o que ajudaria a esquerda no combate ao antipetismo, principalmente entre as figuras da burguesia.

É uma alegação absurda. Por um lado, a burguesia de conjunto já demonstra estar fechada com Bolsonaro. Por outro, para a classe trabalhadora, a qual deveria ser a mais valorizada pelo partido, a personalidade diabólica do FHC é amplamente odiada.

Não se trata de um direitista qualquer, mas sim, de um dos maiores criminosos de toda a história brasileira no posto de presidência. Foi ele o responsável por levar milhões de brasileiros à fome e à miséria, ao mesmo tempo em que ele vendia a preço de banana grande parte do parque industrial brasileiro. Seu governo foi o que mais executou privatizações dentro todos os outros da história do Brasil. 

Além dos casos clássicos como a Vale do Rio Doce e da Telebrás, que causaram um prejuízo imensurável à economia nacional, ele foi capaz de destruir mais de 80 empresas brasileiras. Ele foi e ainda é um símbolo da destruição do País, da aplicação e das consequências mais latentes da política imperialista. 

Como o presidente do Partido da Causa Operária colocou em seu programa na TV 247 dessa semana: “Esse cidadão reduziu o País a pó. Ele só não transformou o Brasil num país africano porque não era fácil de fazer. Mas que ele fez uma tentativa muito séria ele fez”.

Em outros termos, Fernando Henrique Cardoso é popularmente um canalha, um dos piores. Já Lula, é a figura mais popular e adorada dentre a população brasileira. Sendo assim, o encontro na verdade é um jogo político do FHC e do PSDB para ele mesmo se promover.

Depois do golpe e com o acirramento da luta de classes no Brasil, o PSDB se tornou um partido falido. Uma boa parte de sua base social foi transferida para apoiar Bolsonaro a mando da burguesia. Eles deram um impulso decisivo no desenvolvimento desse fenômeno e do golpe. Agora, frente à polarização, o partido é incapaz de se apresentar diante do povo. Ninguém mais se importa com os tucanos, especialmente a ala moribunda dos mesmos: a ala de FHC.  

É óbvio, como ficou bem demonstrado na imprensa burguesa, que a direita se aproveitou para tentar levantar sua moral, mesmo que ela já esteja completamente esfacelada. Mas como isso seria positivo para Lula e para a esquerda?

Não é. O encontro não acrescenta nada na luta que está e que precisa ser travada. O FHC nunca lutou pela liberdade de Lula e nunca lutou contra o golpe. Muito pelo contrário, ele, assim como todos os setores da burguesia que o PT tenta cativar inutilmente, foram os principais articuladores do golpe e da atual situação brutal que o País vive.

A situação não ajuda em nenhum grau a chamar a burguesia para o apoio de Lula. Seu posicionamento político é um posicionamento de classe. Ou seja, quando os setores fundamentais da burguesia decidem o que é melhor para seus interesses, eles fazem isso de conjunto. Como aconteceu a derrubada do PT. 

No momento, com seus candidatos falidos e a tremenda crise do imperialismo, a burguesia já deixou claro que não deseja Lula como candidato. Ela já se mostrou capaz de prender Lula novamente caso haja necessidade. Em conseguinte, ela apoia, cada vez mais, a Bolsonaro como alternativa emergencial a crise.

É difícil crer que os dirigentes do PT tenham a ilusão de que o PSDB, ou mesmo a burguesia, venham apoiar o PT nas eleições. Tudo que o PT tem hoje de lastro político veio das mobilizações populares. Não foi o carisma do Lula que o tornou presidente, mas sim, sua atuação no movimento operário. 

O jogo de cena arquitetado é um típico movimento de um Partido de parlamentares e de políticos de gabinete, o que se tornou o PT hoje. O acontecido traz à tona que mais uma vez a preocupação dos parlamentares é com o seu próprio umbigo, e não com a população brasileira.

É preciso deixar claro que uma possível aliança com FHC ou qualquer outra figura da política imperialista é o caminho da derrota para a esquerda. Nenhuma ilusão deve ser depositada nos golpistas. 

É o momento de utilizar a única alternativa para a vitória da classe trabalhadora, sua mobilização. Ao invés de acenar para os golpistas, para o monopólio da imprensa capitalista e tentar reabilitar um cadáver político, a esquerda precisa estar nas ruas! Para pôr em xeque o golpe de Estado no Brasil, a candidatura de Lula deve estar à frente de uma gigantesca mobilização popular.

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