Na terça-feira, 12 de novembro, manifestantes uruguaios foram à sede de futebol da Celeste Olímpica para solicitar que os jogadores se negassem a jogar em Israel. A alegação vista em faixas é de que “não há nada amistoso no apartheid”. A manifestação foi o suficiente para que a polícia fizesse um cerco de ferro na AUF (Associação Uruguaia de Futebol) e fechasse a rua. Os dirigentes da agremiação, no entanto, limitaram-se a alegações de que o jogo só seria cancelado caso houvesse risco à integridade física dos jogadores. Portanto, se negaram a dialogar com o próprio povo que luta pela liberdade dos palestinos.
Na Argentina não foi diferente. Um grupo de manifestantes formados pelo Comitê pró-Palestina foi à frente da sede da AFA (Associação de Futebol da Argentina) com cerca de 30 pessoas na quarta-feira, 13 de novembro. Eles portavam bandeiras da Palestina e solicitavam que os rio platenses – aqueles que moram na foz do Rio Prata – a não viajarem para o jogo, assim como exigiam que os jogadores dos dois países não entrassem em campo. Os argentinos foram corretos ao afirmar que, independentemente da intenção dos cartolas, jogadores e torcedores, Israel utiliza as seleções para se demonstrar como um “Estado moderno, aberto e liberal, ocultando a realidade de seu regime de ocupação militar e apartheid”.
Cabe lembrar, também, que desde outubro um clube da Faixa de Gaza solicitou à Uruguai e Argentina que o jogo fosse cancelado. O ocorrido foi justamente após a confirmação do amistoso. Significa, portanto, que a pressão para a não realização através da mobilização já vem ocorrendo há pelo menos um mês.
Ainda houve o caso em que um jogo da seleção argentina foi cancelado devido às pressões da torcida que na ocasião eram contra as comemorações do aniversário de 70 anos do Estado de Israel. Naquele momento em que o esquadrão de Messi e companhia se preparavam para a Copa do Mundo da Rússia, o presidente da Federação Palestina de Futebol na época, Jibril Rayub, advertiu por carta a AFA dizendo que “o governo israelense transformou um jogo de futebol em uma arma política”.
É exatamente isso que os israelenses querem fazer novamente. Usar um esporte democrático para afirmar o mesmo em relação à sua ocupação dos territórios. Entretanto, é preciso rechaçar completamente tal ideia. Israel sempre se colocou como capacho dos EUA na região para dominar e massacrar outros povos, a fim de controlar politicamente o petróleo que jorra em abundância do solo no Oriente Médio. Por isso não se deve aceitar passivamente o genocídio que os israelenses fazem com os povos da região, é preciso denunciar o Estado genocida de Israel.