A semana acabou! Um alívio temporário para o mercado financeiro. Na última quinta-feira, com o anúncio por parte do Federal Reserve (FED), o banco central norte-americano, de que pretende injetar 1,5 trilhão de dólares no mercado, as bolsas principais dos EUA – Dow Jones, S&P e Nasdaq – que operavam em queda acentuada – fecharam, em média, com quedas em torno dos 10%. A brasileira, Bovespa, acompanhou o ritmo e encerrou o pregão com baixa de 14,76%, depois de se ver ameaçada pela terceira suspensão com a decretação do “circuit breaker” no mesmo dia, condição nunca acontecida. No mesmo ritmo, mas ainda sem os auspícios da intervenção do FED, as bolsas de todo o mundo caíram – Frankfurt, Londres, Paris – superaram a marca dos 10 % de queda e as bolsas asiáticas, ainda sem o efeito das ocidentais, recuaram em menor intensidade.
Nessa sexta-feira, quando os mercados asiáticos haviam operado em forte queda na “nossa madrugada”, acompanhando a movimentação das bolsas ocidentais do dia anterior, governos de diversos países europeus anunciaram pacotes de estímulo às suas economias e o governo norte americano decretou “estado de emergência nacional”, por conta do Coronavírus, as bolsas abriram no EUA e no Brasil com fortes altas, mas com oscilações durante todo o dia.
Ao final do pregão dessa sexta-feira, os índices das bolsas norte-americanas fecharam em alta que se aproximaram das perdas do dia anterior, o que não foi acompanhado pelas bolsas europeias que, embora tenham fechado no positivo, obtiveram altas bem mais modestas, longe de recuperar as perdas da quinta-feira. No caso brasileiro, a Bovespa acompanhou as norte-americanas e se aproximou da condição existente na quarta-feira, fechando com alta de 13,91%, mas terminando a semana com um resultado negativo de 15,63%, a maior queda para um mesmo período desde outubro de 2008.
O fato é que o respiro aliviado das bolsas no dia de ontem não parece significar um bom augúrio para a economia mundial e em particular a dos EUA. Já na última semana de fevereiro as bolsas de valores dos países imperialistas do mundo, encontravam-se numa situação de absoluta debacle. Naquela semana, os analistas de mercado já apontavam perdas semelhantes ao ano de 1933, período em que a crise de 1929 assumiu toda sua maior amplitude nos Estados Unidos.
O “refresco” anunciado pelos EUA nesses dois últimos dias aparentam muito mais serem um tiro de “pólvora seca” do que alguma política para impulsionar a economia mundial, até porque nada corrobora nesse sentido.
Não é de hoje, que vários analistas da própria burguesia vem anunciando que a crise de 2008 não foi superada e que um nova “bolha” na economia mundial está prestes a explodir. Desse ponto de vista, o que fica cada vez mais transparente é que a pandemia do Coronavírus serve como um catalisador para elevar às alturas a crise capitalista mundial.