Desde o golpe da direita contra a presidenta Dilma Rousseff, iniciado em 2014, após não aceitarem a derrota nas urnas, até os dias de hoje, o país vem sofrendo uma acelerada desindustrialização. Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) foram extintas 36,6 mil. Isso equivale a quase 17 estabelecimentos industriais exterminados por dia.
O anúncio da saída da Ford do país não é um caso isolado, ao contrário, nos últimos anos, mesmo com a tomada de assalto dos direitos trabalhistas como a reforma trabalhista e da previdência, as indústrias continuam a fechar as portas, as multinacionais vão embora e as prometidas de vir, ficam apenas nas promessas.
Com o acordo entre Mercosul e a União Europeia, o noticiário da direita iludia a todos os que não conheciam os pormenores do acordo, porém eles mesmo trataram de fazer o que são profissionais, arruinar tudo. O descumprimento dos termos ambientais, do acordo, não só abortou a vinda de investimentos, como está expulsando os que já estavam no Brasil.
Com isso, a política neoliberal do Paulo Guedes vai penalizando os trabalhadores do país, que já tiveram seus direitos afanados, agora também vêem seus postos de trabalho se esvaindo, a poupança deixando de render e o câmbio castigando impiedosamente.
Se formos analisar historicamente, desde 1964, a ditadura militar indexou a economia, fazendo com que a crise financeira transformasse em alta inflação inercial, paralisando assim o desenvolvimento econômico.
Em 1980, outra grande crise financeira: a crise da dívida externa, ocorrida devido a uma estratégia equivocada do ditador Ernesto Geisel, que achava que deveríamos crescer com poupança externa (com déficit em conta corrente), inverteu a curva ascendente da industrialização brasileira.
Na década de 1990, com as liberalizações, desregulamentações e privatizações, houve a implantação do liberalismo econômico no Brasil, a indústria brasileira foi praticamente esquecida, sendo nesse período a queda mais vertiginosa da série histórica iniciada em 1948. Os liberais passam a apostar nas reformas neoliberais e no tripé macroeconômico, garantindo uma nova coalizão dominante (financeiro-rentista), juros altos e a inflação baixa que capitalistas rentistas e financista procuravam.
Entre 2002 e 2010 o país volta a ter um crescimento na industrialização, mesmo diante da crise mundial do capitalismo de 2008, porém o que parecia ser a retomada, acaba sendo golpeada pelos neoliberalistas, que sem pensar nos trabalhadores, provocam uma crise, após a vitória de Dilma Rousseff, em 2014, levando o país à recessão técnica.
Detalhe importante, os grandes capitalistas industriais não são atingidos pelo fechamento das indústrias, como os trabalhadores, pois eles passam a viver de rentismo na Bolsa de Valores, sem serem “incomodados”, enquanto milhões passam a viver em condições precárias e não voltam ao mercado de trabalho, se sujeitando a empregos informais, o que agrava as desigualdades sociais.