O senador pernambucano Fernando Bezerra Coelho , atualmente no MDB, foi um dos principais políticos a articular a campanha pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff em seu Estado. Na época, o senador ainda integrava o PSB.
Embora a família Coelho seja “dona” de parte importante do sertão pernambucano, Coelho não goza de popularidade alguma no Estado. Não fosse a parceria que construiu com Eduardo Campos – que, por sua vez, só conseguiu ser governador duas vezes por ter abocanhado o eleitorado do PT –, talvez não conseguisse sequer ser eleito deputado. No entanto, mesmo sendo um típico carreirista, o senador não teve nenhum receio em trair todos os pernambucanos que votaram nele e resolveu apoiar abertamente o golpista Michel Temer. Em troca, colocou seu filho, Fernando Filho, para integrar o quadro de ministérios do governo golpista.
Depois que os donos do golpe decidiram demitir Michel Temer e o PSB optou por sair do governo definitivamente, FBC, mais uma vez, decidiu tomar a decisão mais impopular possível: saiu do PSB e foi para o PMDB (hoje MDB), permanecendo, assim, no governo.
Mesmo tendo tão fiel a Michel Temer e declaradamente inimigo dos trabalhadores, Coelho, contudo, não tem sido poupado pelos donos do golpe. Seu nome é um dos tantos que constam na lista dos investigados pelas instituições golpistas – STF, Ministério Público etc. – e está sob constante pressão para que troque sua fidelidade a Temer pela fidelidade plena ao imperialismo.
Para que o senador não perca muito tempo pensando, os donos do golpe intensificaram ainda mais sua ameaça. Como o foro privilegiado está sendo extinto graças ao golpe que o próprio Coelho ajudou a dar, o ministro golpista Edson Fachin, que colaborou com a prisão de Lula, enviou seu caso para ser julgado por Sérgio Moro. Ou seja, agora, Fernando Bezerra Coelho poderá ser preso rapidamente, visto que Moro foi treinado pela CIA para encarcerar com celeridade todos aqueles para quem o imperialismo apontar.