O ex-PM Jerônimo Guimarães Filho (PMB), que foi preso por homicídio e ligação com as milícias quando exercia seu segundo mandato de vereador em 2008, vai concorrer à prefeitura do RJ nas eleições municipais de 2020.
As milícias são compostas fundamentalmente por membros do aparelho de repressão do Estado. Policiais militares, policiais civis, policiais aposentados, bombeiros e militares das Forças Armadas compõem as milícias, que, toleradas e estimuladas pelo Estado, mantém um controle político e territorial sobre os moradores das favelas do Rio de Janeiro. As milícias são uma herança da ditadura militar. Evoluíram dos grupos conhecidos por esquadrões da morte, compostos também por membros da repressão estatal na época.
A candidatura de um ex-PM miliciano à Prefeitura do RJ é um sintoma do avanço da extrema-direita no país, que coloca um fascista puro sangue, experimentado em assassinatos, para concorrer às eleições. Os fascistas sabem da importância de conquistar terreno no interior do regime político, que vem passando por um processo de fascistização desde o golpe de Estado de 2016, e que avançou com a fraude eleitoral que permitiu que o fascista Jair Bolsonaro chegasse à Presidência da República. O assassinato da vereadora Marielle Franco foi obra das milícias, que têm ligações estreitas com a família Bolsonaro. O caso permanece há quase 2 anos sem solução e a investigação permanece em segredo de Justiça.
A esquerda pequeno-burguesa ainda não consegue perceber o tamanho do perigo e continua afirmando que os fascistas – que já controlam o Estado e as forças de repressão – não passam de “meia dúzia de gatos pingados”. A cidade do Rio de Janeiro já tem um prefeito ligado à extrema-direita evangélica e um governador nazista, promotor de massacres contra a população pobre. Contudo, a situação pode ir ainda mais à direita.