Nesta última semana, em meio à crise econômica e pandêmica, foi intensificado o processo de militarização do ensino, com o anúncio de investimentos, novas adesões e inaugurações de escolas no modelo do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares, inaugurado em 2019 pelo presidente ilegítimo, que propõe implantar 216 Escolas Cívico-Militares em todo o país, até 2023. O avanço da direta na criação de escolas fascistas é parte do amplo projeto de destruição da educação brasileira, ao submeter o Ministério da Educação ao Ministério da Defesa, e a gestão didático-pedagógica a interferência direta de militares, inclusive no corpo docente da escola, com o objetivo de eliminar o pensamento crítico na formação dos jovens.
Com uma interpretação peculiar de patriotismo, o projeto ameaça toda a classe estudantil e também aos professores, que são impactados por perderem espaço intelectual e físico para militares, que não têm formação pedagógica, nem entendem de educação. A polícia militar tem competência para aplicar alguma metodologia de ensino?
Toda a imprensa burguesa tem sistematicamente defendido e exaltado as vantagens da militarização do ensino como a solução para o problema da educação brasileira. Acusam diretamente os estudantes como os responsáveis pelo péssimo rendimento educacional da escola e assim pousam de heróis. Nas palavras do deputado de Rondônia cabo Jhony Paixão, “há bairros que professores enfrentam desrespeitos de alunos. Há infelizmente, a questão de drogas, entre outras situações difíceis. Como uma das minhas bandeiras é a educação, esse projeto será muito bem vindo em uma comunidade vulnerável”. O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, inaugurou no último dia 5 mais uma escola cívico-militar em Miracema. No mês passado foram inauguradas outras duas escolas na cidade de São Gonçalo. Só este ano já foram inauguradas 12 novas unidades localizadas em dez municípios do Rio de Janeiro. De acordo com o governo estadual, a meta é abrir 100 escolas deste modelo até 2022. A cidade de Goioerê, no município do Paraná, também receberá uma escola cívico-militar. Em Rondonópolis (MT) uma única escola militar recebeu investimento de R$ 3,9 milhões. O discurso que esses deputados e militares fascistas usam para justificar a militarização é que o método militar proporciona disciplina e promove o patriotismo.
A escola não deve ser lugar de repressão. A esquerda tem de se organizar para combater este duro retrocesso na educação. Não à militarização das escolas. Fora Bolsonaro e todos os golpistas!