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Direita avança

Fascistas indianos atacam muçulmanos com apoio do governo

Com a crise do coronavírus, a propaganda direcionada ao ataque às populações islâmicas, principalmente por meio de fake news sistemáticas, tem crescido de forma alarmante..

A um mês atrás, na manhã do dia 7 de abril, Gayur Hasan, sessenta anos, acordou com barulhos estranhos ao redor de sua casa. Ao sair, seu filho, Ehsaan, contou-lhe que sua oficina estava pegando fogo. Aparentemente, Ehsaan havia curtido um “post” online que denunciava a crescente islamofobia presente na Índia. Com isso, completamente imersos em um nacionalismo hinduísta doentio, jovens de sua vila jogaram pedras em sua casa e incendiaram a oficina de seu pai. Com muito esforço, conseguiram apagar o fogo. Entretanto, muitos de seus pertences já haviam sido queimados.

Estes jovens não são os únicos contaminados pelo ódio aferido contra a família de Hasan. Com a crise do coronavírus, a propaganda direcionada ao ataque às populações islâmicas, principalmente por meio de fake news sistemáticas, tem crescido de forma alarmante. Principalmente depois de um caso de surto da doença em um centro missionário muçulmano, foi criado uma atmosfera de completa abjeção a essas comunidades. Placas com o texto “muçulmano não” são frequentemente vistas em algumas cidades. É um estado de verdadeira segregação que promove um ataque contra a população islâmica.

Apesar da crise, não é de agora que tendências direitistas têm ganhado força na sociedade indiana. Mais especificamente, pode-se traçar essa intensificação para a eleição do Primeiro Ministro hinduísta ultranacionalista Narendra Modi (BJP), em 26 de maio de 2014. Em seu Twitter, com a tentativa de criar um sentimento de união, Modi escreveu:

“A covid-19 não reconhece raça, religião, cor, casta, crença, idioma ou fronteiras”.

Todavia, ele reconhece. Durante seu governo, Modi tem instituído medidas fundamentalmente fascistas e se mostrado completamente conivente com as demonstrações de ódio direcionadas às populações muçulmanas. Mais recentemente, foi responsável pelo estabelecimento da Lei de Emenda  da Cidadania (CAB), uma lei que garante a cidadania a pessoas vindas de regiões em volta da Índia, desde de que elas não sejam muçulmanas. Com isso, a comunidade islâmica do país se mobilizou, dando início aos chamados Protestos de Shaheen Bagh. Mais uma vez, como tem sido feito ao redor do mundo, a pandemia foi utilizada pelo governo autoritário como pretexto para acabar com essas manifestações e, como esperado, o cadastro segregacionista se mantém.

No Brasil, vemos o mesmo fenômeno. Bolsonaro, com sua política abertamente fascista, promove um sentimento de segregação e ultranacionalismo tão forte quanto o observado na Índia. A única diferença está nas comunidades afetadas: na Índia, a população islâmica; no Brasil, negros, indígenas, pobres e todos aqueles que não são parte de seu projeto – nazista – de purificação da população. Acima de tudo, articula, desde a sua eleição, um projeto de total extermínio da população, principalmente da periférica.

Com a crise, tem sido diretamente responsável, junto com seus governadores e ministros, pela morte de milhares de pessoas, por meio, principalmente, de sua política neoliberal conservadora. No final das contas, ao invés de auxiliar os trabalhadores que, agora mais do que nunca, precisam do apoio do estado, prefere desenvolver a sua relação com as milícias, aliadas à sua família. Afinal, seu governo só se baseia nisso: satisfazer essas organizações que acobertaram toda a vilania já feita pelos Bolsonaro e permanecer impune. Contudo, se enfraquece agora mais do que nunca. A população deve se mobilizar para dar um fim à esse governo golpista e todos os seus cúmplices, só assim será possível sair dessa crise histórica.

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