- O governo interino da Bolívia está pedindo auxílio das tropas israelenses para “combater o terrorismo” no país. A alegação, como de costume, é de que guerrilheiros apoiados pela Venezuela e por outros “grupos de esquerda” pretendem desestabilizar os governos regionais.
O Ministro interino do Interior, Arturo Murillo, não deu detalhes, mas afirmou que a polícia boliviana está investigando “radicais de esquerda” e “narcotraficantes” pela responsabilidade de inflamar as mobilizações populares que tomaram conta do país, após a renúncia de Evo Morales.
Após a capitulação de Evo Morales, que renunciou ao mandato ainda inconcluso e à vitória que lhe re-elegeu para 2020, o governo interino boliviano passou a ser dirigido por Jeanine Anez. Ao modo de outros golpes, a presidenta interina empurrou o país para a extrema-direita. Alianças políticas com os EUA e Israel passaram à dominar o cenário diplomático boliviano, que também mandou embora médicos e diplomatas cubanos e venezuelanos.
Trata-se do modus operandi já conhecido dos presentes golpes que tomam conta da América Latina. Vacilos e capitulações de governos “progressistas” abrem espaço para o crescimento da extrema-direita fascista. Diante dos protestos populares, mais ou menos espontâneos e com pouca participação dos partidos e sindicatos tradicionais, os governos golpistas movimentam forças repressivas, com apoio dos militares ultra-violentos dos EUA e Israel.
É urgente a organização popular de autodefesa em toda América Latina!