Em decorrência do golpe de Estado dado em 2016, foi aberto de maneira escancarada as portas para ação da extrema-direita, as milicias organizadas e os grupos fascistas por todo país.
O governo Bolsonaro é um resultado deste desenvolvimento, onde a ditadura sobre a população vem se tornando cada vez mais implacável, e a censura e repressão aparecem por todo os lados.
Graças a isso, a extrema-direita, confortável pela ausência de atividades reais de seu combate das organizações de esquerda, sente-se a vontade para atacar sobretudo os setores mais oprimidos da sociedade, aqueles já muito marginalizados e que são considerados um alvo fácil para seus covardes ataques.
O caso mais recente ocorreu na noite de segunda-feira (03), em um terreiro de umbanda na cidade de Ribeirão Preto, São Paulo. Mais de 30 pessoas invadiram o local, que culminou no espancamento de um dos presentes, que teve alguns dentes quebrados.
O grupo realizou o ataque por volta das 23h30 quando ocorria uma reunião religiosa. Bombas caseiras foram arremessadas ao local, cercando os religiosos, apedrejando-os e os atacando diretamente com socos, chutes e pedaços de madeira.
No local havia cerca de 12 pessoas, que tentaram fugir quando a bomba foi lançada. Contudo, esta esta longe de ser a primeira vez que fascistas invadem o ritual religioso de matriz africana, na realidade, de acordo com os organizadores, esta é a quarta vez em que são atacados, afetando desde senhoras de idade a até mesmo crianças que estavam no local.
A desculpa utilizada pelos fascistas é que o praticantes, já atacados, reagiram e buscaram expulsa-los do local. Medida correta e que exprime já a total insatisfação destes setores oprimidos na luta contra o fascismo.
Este no entanto, é apenas mais um entre os muitos outros ataques fascistas que ocorreram desde o final do último ano. Líderes capoeiristas, militantes de partidos de esquerda, líderes sem terra, famílias indígenas, foram brutalmente atacados e assassinados durante este período.
Aspectos culturais e religiosos ligados a população negra e pobre são o alvo da extrema direita que toma conta do país como uma medida de manter esses setores, que fazem parte da maioria da população, num clima de terror e repressão.
O pilar do fascismo no Brasil é hoje Jair Bolsonaro e seu governo. A classe trabalhadora e todos os setores oprimidos da sociedade brasileira, veem em Bolsonaro a principal fonte de toda esta situação, impondo a necessidade de se mobilizar por sua derrubada. Por isso, em defesa tanto do direito democrático, da liberdade de expressão das matrizes africanas, assim como a defesa das dezenas de líderes populares assassinados, o Fora Bolsonaro é o único caminho.