Na madrugada desta sexta (03) fascistas atacaram a Associação de Moradores da Vila Antônio Leite, no bairro Campina, em São Leopoldo-RS com pichações nazistas e com a declaração “odeio viados e pretos” nas paredes externas.
Segundo moradores, o ataque pode ter sido feito por pessoas que moram nas proximidades que se incomodam com as ações da associação, principalmente pelas suas lideranças. A presidente, Sara Gonçalves, que é transexual e espírita e o vice-presidente Josué Silva que é evangélico, tem atuado fortemente nos últimos meses, principalmente durante a pandemia, distribuindo alimentos e desenvolvendo trabalho com jovens e crianças do bairro.
Sara, também trabalhou por oito anos no Grupo de Apoio à Diversidade (GAD) de São Leopoldo, o que a tornou uma liderança e referência para a comunidade. Afirmando que a associação ficou parada durante muitos anos, agora que estão trabalhando bem, há pessoas que se incomodam por serem eles à frente.
Ainda na sexta-feira (03) Sara registrou boletim de ocorrência, denunciando o crime de discriminação de raça e gênero e por apologia ao nazismo, cfe previsto na lei 7.716/89.
Desde o golpe de 2016 e todo o avanço da extrema direita, as figuras e grupos fascistas tem “levantado a cabeça” e tem se exposto nas ruas, atacando preferencialmente setores mais vulneráveis, a comunidade negra, a comunidade LGBTQ e outros, intimidando, agredindo e cometendo, inclusive, espancamentos e até assassinatos.
É preciso deixar claro que esse tipo de ataque fascista visa intimidar as pessoas, força-las a interromper determinada atividade que desenvolvem, a se calarem. É claro que é preciso combater essa intimidação de todas as formas, mas sem dúvidas a mais eficiente contra fascistas é a organização da população.
No caso específico de comunidades, como a da Vila Antônio Leite, é preciso criar um comitê de autodefesa, constituir um grupo de pessoas designadas a enfrentar fisicamente os fascistas e impedi-los de fazer seus ataques, expulsando-os da comunidade, inclusive.
Essa é a tarefa para todas as comunidades, todos os bairros da classe trabalhadora, para reagir a todos os tipos de ataques fascistas, inclusive da maior delas, os ataques da Polícia Militar, que é uma verdadeira máquina de matar preto e pobre. E os demais grupos como os LGBTQ são igualmente alvos. Portanto, só a organização dos moradores, constituição de comitês de autodefesa, com organização, treinamento e inclusive armamento, se possível, para proteger toda a comunidade. Impedir a invasão de casas, os sequestros, os assassinatos sem qualquer motivação pela polícia, entre outras barbaridades.