Após uma ala das Forças Armadas Revolucionárias Colombianas declarar publicamente a volta às armas no último dia 29 de agosto, o presidente do partido, Rodrigo Londoño, pediu para que os militantes e ativistas das FARC não retomem às armas.
Em um vídeo divulgado nas redes sociais, Iván Marques, líder de ala dissidente, que participou dos acordos de paz com o ex-presidente da Colombia Manuel Santos, declarou:
“A rebelião não é uma bandeira derrotada”, disse Márquez em um vídeo divulgado nas redes sociais em que ele aparece ao lado de homens e mulheres armados com rifles, entre os quais Seuxis Paucias Hernández Solarte, conhecido como ‘Jesús Santrich’. “Procuraremos coordenar esforços com os guerrilheiros do ELN e com aqueles camaradas que não dobraram suas bandeiras” (sítio RT, 29/08)
Em 2016, a FARC estabeleceu um “acordo de paz” com o governo colombiano. As FARC, como parte do acordo, chegou a alterar o próprio nome e passou a integrar o regime político tradicional da Colombia. As FARC passaram a se autodenominar “Força Alternativa Revolucionária Comum”.
A posição do atual presidente das FARC de condenar a retomada da luta armada é uma capitulação para a política assassina e criminosa imposta pelo atual presidente colombiano, Ivan Duque. Duque, que nada mais é do que um fantoche do imperialismo norte-americano, impõe uma política de violência contra os militantes e guerrilheiros da FARC. Um exemplo disso, é que o atual presidente colombiano trabalha para rever vários pontos do acordo de paz, em especial envolvendo a extradição de ex-chefes guerrilheiros para os EUA, como é o caso de Jesús Santrich.
O próprio Ivan Marquez, em sua declaração, denuncia a política de perseguição imposta pelo governo colombiano: “as violações constantes que impedem a implementação do acordo; os assassinatos de ex-guerrilheiros em algumas áreas do país, e principalmente com a prisão, em abril de 2018, do ex-combatente Jesús Santrich, que não pôde tomar posse do seu assento no Congresso porque foi acusado por um juiz de Nova York (EUA) de ter enviado àquele país dez toneladas de drogas, após a assinatura do acordo de paz”(sítio RT, 29/08).
A volta a luta armada é uma política correta adotada por um setor das FARC frente ao aprofundamento da política de guerra levada adiante pelo governo fascista de Ivan Duque e pelo próprio imperialismo. A única forma de impor uma verdadeira política de resistência à violência da direita e da extrema-direita colombiana, é por meio do armamento da organização.