Mais uma comunidade sofre ameaça de despejo em plena pandemia mundial de saúde no estado do Alagoas. Esse é mais um avanço da direita em áreas já consolidadas por famílias que batalharam por um espaço para sua sobrevivência, mas que está sendo constantemente atacada por latifundiários fascistas.
Desde 2003, famílias do Movimento Sem Terra construíram um espaço no município Girau do Ponciano, no agreste do Estado de Alagoas (nordeste brasileiro), após conquistarem o apoio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e seguirem todos os trâmites legais para sua consolidação. Foram 17 anos de povoamento, agricultura familiar, sobrevivência no campo e investimento público para que essas famílias pudessem ter onde morar e construir uma vida. Cerca de um milhão e duzentos mil reais foram investidos pelo INCRA por financiamento da Reforma Agrária destinas a esse tipo de fim. O local abriga homens e mulheres trabalhadores do campo, além de crianças e idosos, que estão sofrendo esse abuso por parte do ex-proprietário do local que veio reivindicar um espaço já há muito tempo desapropriado. Esse é um perigo real à dignidade da vida humana que ainda pode se expor a doença que mata diariamente e lota os hospitais públicos, que já estes não estão dando conta da demanda existente.
O ex-proprietário, incentivado pelo momento político em que o país sofre com um governo de extrema-direita, assim como está ocorrendo por vários lugares em todo o país, instaurou uma ofensiva contra o povo trabalhador e Sem Terra. Ele entrou com um processo de reintegração de posse, requerendo a área de volta, mesmo após a legalização e assentamento do povoado Roseli Nunes, que inclusive também recebeu investimentos do Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
É preciso denunciar esse abuso e cobrar posicionamento e proteção Estadual para essas famílias, pois existe uma enorme preocupação dos residentes do que irão fazer e para onde seguirão caso o ex-proprietário vença esse processo. Na terça-feira (27), o Movimento Sem Terra (MST) realizou uma assembleia estadual para discutirem a respeito das ameaças sofridas pelo assentamento Roseli Nunes e mais uma vez chegou-se a conclusão de que existe a necessidade de mobilização popular contra tais abusos incentivados pelo governo de extrema-direita.