Segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto brasileiro de Geografia e Estatística), quase 8,5 milhões de brasileiras deixaram o mercado de trabalho no terceiro trimestre, e sua participação como força de trabalho remunerada caiu a 45,8%, nível mais baixo das últimas três décadas.
O levantamento é referente ao período da pandemia da Covid 19 e busca mostrar o impactado econômico causado, que se deu com maior força sobre os lares chefiados por mulheres mais pobres.
O equivalente a mais de 11,5 milhões famílias no Brasil são mantidas por mulheres, com o agravamento da crise passaram a enfrentar maiores dificuldades financeiras em decorrência da pandemia. Além da vulnerabilidade em relação a sobrevivência, as mulheres também vêm sofrendo com a sobrecarga de tarefas ainda maior, como a educação dos filhos, cuidados com parentes idosos desassistidos, além da permanente superjornada do trabalho doméstico.
As ONGs Gênero e Número e da Sempreviva Organização Feminista (SOF) realizaram também uma pesquisa sobre a situação das mulheres que destacou que 50% das brasileiras passaram a cuidar de outra pessoa durante a pandemia. Um total de 40% das entrevistadas na pesquisa relatou dificuldades de manter assistência básica em seu lar, sendo que 55% dessas mulheres são negras.
A pesquisa desnuda a situação das trabalhadoras e revela que a questão do empoderamento muito discutida e alardeada não resolve nada, alguns setores afirmam que a saída para a opressão feminina seria colocar mulheres em posição de destaque para motivar e incentivar outras mulheres a alcançar sucesso.
Porém, as mulheres são as mais atacadas pela política de terra arrasada da extrema direita brasileira. Prova disso é que o governo brasileiro, do golpista Jair Bolsonaro aprovou ajuda de risíveis R$ 150 reais para auxiliar pessoas no momento dessa crise, ou seja, condenando as mulheres, mais vulneráveis na pandemia a miséria e degradação.
A ascensão da política destruidora de Bolsonaro foi provocada pelo imperialismo mundial em busca de manter seus lucros sempre crescentes, só possível com a opressão cada vez maior da parcela mais frágil das populações dos países pobres, como o caso das mulheres brasileiras, que estão pagando com suas vidas e de seus familiares a conta da crise e da pandemia.
Defender saídas meritocráticas de esforço pessoal e motivação são um atraso para o promover a emancipação feminina, a única possibilidade de interromper os crimes da direita são promover a organização das mulheres por meio de uma mobilização real e de massas, orientada pelas bandeiras históricas das trabalhadoras. Com a permanência de Bolsonaro, extrema direita e imperialismo não existe empoderamento nem representatividade algum, somente o aprofundamento da miséria e violência.