Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas, a UNICAMP, revelou que o caráter reacionário do promotor Deltan Dallagnol já vem de outras gerações, de sua família. O estudo demonstrou que a família de Dallagnol ganhou de “presente” da ditadura militar, no final dos anos de 1970, cerca de 400 mil hectares de terra localizadas nas proximidades do município de Nova Bandeirantes, no Mato Grosso.
A área cedida pela ditadura à família do promotor golpista era equivalente ao tamanho de um país como Cabo Verde. O estudo demonstrou ainda que a concessão das terras era feita de acordo com as proximidades de determinados grupos e famílias com os militares que estavam no poder. A ação fascista e golpista de Dallagnol, portanto, já vem de berço, o apoio a governo ditatoriais tem história.
Consta ainda no relatório que a família do promotor estava entre os 72 proprietários, latifundiários, que concentravam a maior parte das terras na região. Juntos, eles detinham mais de 50% da área do município de Nova Bandeirantes.
Em relação aos parentes do promotor há uma série de denúncias relativas à grilagem de terras, desmatamento ilegal, além de uma desapropriação irregular na fazenda de Japuranã, em Nova Bandeirantes. A área em questão havia sido declarada de interesse social e destinada a reforma agrária em 2013. O processo de desapropriação concedeu à família de Dallagnol um valor milionário de R$ 36,9 milhões em 2016, durante o governo golpista de Michel Temer.
Em outro caso, um dos tios de Dallagnol, Leonar Dallagnol, conhecido como “Tenente”, carrega consigo várias acusações de invasão ilegal de terras na região de Nova Bandeirantes.
Estes fatos servem para demonstrar, dentre outras coisas, como discurso feito por estes elementos da direita, de que seriam os paladinos da luta contra a corrupção, ou quando atacam os movimentos sociais que lutam pela terra, de que estes seriam supostamente invasores de terras, não passa da mais pura demagogia e da mais escandalosa farsa.
Elementos como estes, Dallagnol e sua família de ruralistas, são os verdadeiros representantes do atraso, da violência e da mais bárbara agressão aos direitos de todo povo brasileiro. São parte da classe dominante nacional, de um de seus setores mais agressivos e mais assassino, que são os latifundiários. Agiram e continuam a agir ao longo dos anos, em conluio com governos ditatoriais, com os interesses estrangeiros, com a única finalidade de perpetuar um verdadeiro regime de terror e morte contra todo o povo pobre do país.