Notícias vindas da Colômbia dão conta da ocorrência de mil homicídios por mês. Dentro deste quadro no último mês de janeiro 58 pessoas morreram, vítimas da violência político-social. Os Departamentos mais afetados são Cauca, Nariño, Antioquia e Chocó. As mortes violentas têm como pano de fundo conflitos fundiários ou relacionados a grandes obras, extração de minérios e também ao narcotráfico. Estas são as mais recentes vítimas de uma guerra histórica do Estado colombiano contra os setores da população que demonstram sua inconformidade com o regime. Grande parte das vítimas são líderes sociais, comunitários e defensores dos direitos humanos.
O acordo de paz selado com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) não alcançou os objetivos a que se propusera e a esta altura é letra morta. Seus integrantes continuam a integrar a lista de vítimas da violência sistemática do Estado colombiano, o que aliás já estava previsto. O Exército de Libertação Nacional (ELN) que tem em vigor um cessar-fogo com o governo teve vinte de seus integrantes assassinados no mês de janeiro.
A convivência com um alto grau de violência adquiriu foros de normalidade na América Latina. A disseminação por suas cidades de residências fortificadas ilustra bem esse sentimento geral. É a reação defensiva daqueles que não percebem que a violência que os ameaça, ainda que não tenha imediata motivação política, é consequência direta dela. Por não ser parte da sua agenda, a violência na Colômbia ou em outros países onde vigem regimes pró imperialismo não é noticiada pela imprensa corporativa.
À medida que a ofensiva imperialista aumenta sua pressão na América Latina menos espaço resta para negociações entre as forças políticas o que torna inevitável o aumento da tensão social que deságua em mais violência. Isto torna maior a responsabilidade daqueles que possuem maior discernimento pela canalização da insatisfação crescente em direção à via revolucionária.