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Repressão na internet

“Fake news”: apenas os grandes monopólios podem mentir

O bloqueio das contas do presidente dos EUA representa um ponto de virada no aumento da repressão e controle de informação na internet.

Na noite da última quarta (06) as redes sociais Twitter e Facebook decidiram bloquear as contas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alegando que suas últimas postagens “incitavam a violência” o que se refere aos protestos da quarta em Washington, que culminaram com a invasão de milhares de pessoas ao prédio do Congresso norte-americano.

A invasão do Capitólio foi amplamente noticiada pelo monopólio da imprensa burguesa por todo o mundo e sendo caracterizado por seus “analistas” como um ato bárbaro de extrema violência, uma tentativa de golpe etc. O que não se evidencia ao se analisar todo o contexto, sem o histerismo típico, e mal-intencionado da imprensa que é a voz do imperialismo.

A denúncia das eleições

As últimas eleições nos Estados Unidos tiveram início em setembro e foram concluídas no início de dezembro, foram marcadas por uma série de “regras especiais” muitas por conta da pandemia do coronavírus, que levaram a uma série de questionamentos em todos os aspectos. Questionamentos quanto a garantia dos votos recebidos por correio, votos de pessoas que supostamente não teriam direito, ou até falecidos, pessoas que não residiam no Estado, falta de confiabilidade nos sistemas eletrônicos de voto etc. Denúncias não faltaram desde antes do início das eleições, feitas por diversos candidatos que têm todo o direito de questionar, de pedir explicações, correções, verificações dos processos. Lembrando que, quando se trata de uma acusação, carece da apresentação de provas ou evidências por parte do denunciante. Algo mais do que esperado dentro do dito regime “democrático”.

Durante a votação e, principalmente, após o resultado das eleições presidenciais a figura que obteve maior projeção na imprensa, naturalmente, foi o presidente Donald Trump, candidato à reeleição, que ao fazer as críticas ao fazer críticas e denunciar a existência de fraudes no processo eleitoral foi cada vez mais taxado. Sem dúvida que suas acusações, ao menos as mais contundentes, precisariam ser acompanhadas de evidências e que pudessem ser utilizadas para embasar as alegações. O que em muitos casos foi feito, seus advogados informaram que nos mais de 40 processos abertos junto aos tribunais eleitorais de cada Estado, as denúncias e evidências não foram aceitas. Até então, tudo dentro da “normalidade” também.

Entretanto, durante todo esse processo Donald Trump foi sendo acusado de disseminador de “Fake News”, por suas denúncias e contestações dentro do processo eleitoral. É preciso ressalvar que, não há dúvida que Trump, assim como diversos outros políticos surgidos nessa onda de extrema-direita pelo mundo, utilizam as redes sociais como canal principal de comunicação e disseminam uma série de informações inverídicas. Mas, sob este aspecto, é preciso ter um tratamento diferenciado durante o processo eleitoral, pois este deveria ser o momento de maior cuidado com os direitos democráticos da população.

Durante o período eleitoral a burguesia encampa toda uma operação através, principalmente, da imprensa monopolista, para criar um clima de legitimidade, para estimular as pessoas a confiarem e participarem do processo e assim acreditarem em todas as ferramentas utilizadas nas eleições como as propagandas, as pesquisas, a legislação, nos métodos de votação e contagem de votos, nos resultados divulgados etc. E é preciso deixar claro, todo esse grande esquema tem dono e é dominado pelo setor majoritário da burguesia de um determinado país em conluio com a burguesia imperialista internacional.

No caso dos Estados Unidos, não há dúvidas que o setor majoritário da burguesia imperialista, dos monopólios do petróleo, do complexo industrial militar, dos mercados financeiros, escolheram Joe Biden como candidato, direcionando toda essa grande máquina para produzir o resultado esperado. A grande imprensa americana se encarregou de fazer o papel de frente, de propaganda, não poupou ataques ao candidato à reeleição (Trump) e assumiu abertamente, como fez o The New York Times por exemplo, o seu apoio ao candidato dos Democratas.

As denúncias são fake news?

Esclarecendo esses pontos, deixando claro toda a operação de manipulação que são as eleições, no mundo todo também é assim, tratar as denúncias feitas por Donald Trump que as eleições foram fraudadas, que não refletem o apoio popular que ele tem, como meras notícias falsas, é assumir que a tão falada “maior democracia do mundo” é, na verdade, uma ditadura escancarada.

As denúncias apresentadas pelo então candidato deveriam ser tratadas com o mínimo de seriedade, apuradas e esclarecidas até o último questionamento. Afinal, não estamos falando de um cidadão comum, no caso específico, Trump era presidente, candidato à reeleição. Só o fato de um candidato apresentar a possibilidade de fraudes no processo, em qualquer eleição com o mínimo de ar democrático, deveria ser motivo de máxima preocupação. O que dirá então uma massa de milhões de pessoas que acompanharam suas demandas e se manifestaram fisicamente em diversos atos, culminando no ato da quara (06) que milhares marcharam por Washington, estas pessoas, sejam qual forem suas posições políticas, merecem ter seus questionamentos, suas demandas, suas reclamações ouvidas e sanadas.

Ao contrário, durante toda a campanha as denúncias foram tratadas como Fake News de forma inadequada, pois ainda que não fossem apresentadas evidencias mais contundentes, o que é normal, pois as provas de um crime em geral somente são encontradas por quem detém o controle do sistema e à partir de um detalhada investigação, deveriam ao menos suscitar uma série de esclarecimentos, por todas as autoridades do sistema eleitoral norte-americano. Assim, o que foi realizado pela administração das redes sociais foi, simplesmente, a concretização de ações de pura repressão e violência contra a liberdade de expressão, como continuidade desse argumento antidemocrático.

A censura das redes sociais

Como dito, na quarta (06) o perfil de Donald Trump no Twitter foi bloqueado, na quinta o mesmo aconteceu no Facebook e Instagram, sob o argumento de “incitar a violência”, o que para muitas pessoas é discutível pois entre os posts deletados e que motivaram o bloqueio havia aqueles em que Trump pedia aos manifestantes para não serem violentos e voltarem pra casa. Na sexta o Twitter informou que baniu definitivamente a conta do, agora, ex-presidente.

A censura nas redes vem aumentando sistematicamente, deletando posts e excluindo perfis de milhares de pessoas somente no último ano. Tanto no Brasil, como nos EUA, muitos comemoraram o fato de contas de pessoas ligadas ao presidente ilegítimo Jair Bolsonaro e a Trump, no caso dos EUA, terem sido excluídas. Porém, esse fato também aconteceu com perfis de pessoas da esquerda como grupos de Whatsapp do PT, contas de diretórios, e nas eleições, o número de contas e perfis bloqueados por “disseminar fake news” foi enorme.

O argumento das Fake News vem sendo utilizado nos últimos anos e tem sido um dos principais argumentos para o aumento da repressão nas redes sociais. Porém, uma das principais questões é: quem define o que é fake news?

O Monopólio das mentiras

O que estamos presenciando com essa onda de repressão nas redes sociais, na verdade, é um reflexo do domínio da internet e, especificamente das redes sociais, por monopólios. Assim como acontece na imprensa burguesa convencional (TV e rádio) as principais ferramentas de comunicação pela internet se tornaram um instrumento de dominação completo por estes monopólios (Google, Facebook, Microsoft, etc) que passaram a utilizar cada vez mais a força para impor seus interesses. Isso é feito basicamente controlando a informação.

Esse controle de toda a informação que circula, advento que ficou cada vez mais fácil com os avanços tecnológicos, basicamente torna estas empresas as maiores produtoras de mentiras (Fake News), assim como é na imprensa monopolista, agindo inclusive em parceria.

Em 2020, o Facebook anunciou, por exemplo, uma ferramenta de “verificação” de informações, amplamente utilizada nas eleições, que usa como referência os jornais da imprensa burguesa, a maior criadora e disseminadora de mentiras em todo o mundo.

Assim, o que presenciamos nos últimos dias nos Estados Unidos, abre precedentes enormes à repressão. O ex-analista de inteligência da NSA, Edward Snowden, alertou o mundo exatamente sobre este aspecto “oficialmente silenciou o presidente dos Estados Unidos. Para o bem ou para o mal, isso será lembrado como um ponto de inflexão na batalha pelo controle do discurso digital.”

Censurar o presidente de um país, durante o processo eleitoral – o que deveria ser tido como um momento excepcional de legalidade e respeito aos direitos democráticos – tratar possíveis falhas como mentiras descabidas e “jogá-las na lata do lixo” e em seguida ainda impedir que esta figura se pronuncie publicamente, que se comunique com seu público, é algo que até as ditaduras fascistas do século passado teriam que se esforçar para reproduzir.

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