Setores da burguesisa americana se organizam para tentar desmontar o monopólio do Facebook, que controla uma parcela significativa do mercado das redes sociais em nível mundial. A Câmara Federal do Comércio (FTC, sigla em inglês) dos Estados Unidos, abriu um processo antitruste contra o Facebook que pode resultar na venda forçada do Whatsapp e Instagram.
A acusação que pesa sobre o Facebook é a de usar seu poder monopolista para impedir a concorrência. Uma coalização de Estados e a FTC querem adquirir o Instagram por US$ 1 bilhão e o Whatsapp por cerca de US$ 20 bilhões. A perda destas plataformas vai significar uma queda na receita do Facebook e de seu poder de influência.
O processo representa uma séria ameaça para o CEO Mark Zuckerbeg. A perda das duas plataformas seria responsável pela perda de valor do Facebook a longo prazo. As mudanças devem passar pelo Congresso dos Estados Unidos, o que significa uma luta política entre distintos setores da burguesia representados nas instituições.
Situações similares já ocorreram em outros períodos da história americana. No começo do século XX, a Standard Oil sofreu um processo antitruste e foi obrigada a se dissolver em 15 de maio de 1911, por determinação da Suprema Corte americana. Esta empresa tinha se desenvolvido como um poderoso monopólio e seu proprietário, Rockefeller, chegou ao posto de homem mais rico do mundo. A empresa de tecnologia IBM passou pela mesma situação, só que na 2ª metade do século XX.
O Facebook se tornou um gigante da tecnologia mundial, atuante em diferentes setores da economia. Seu valor é estimado em US$ 630 bilhões. Devido ao seu poder econômico e político, outros setores da burguesia se articulam para quebrar esse monopólio. E, para que isto aconteça, é necessário utilizar a força do aparelho estatal.
O capitalismo da época da livre concorrência pertence ao passado. Desde há muito tempo, o capitalismo evoluiu e superou o período concorrencial, ingressando na época do domínio dos monopólios sobre o mercado mundial, isto é, a época do imperialismo. Os Estados Unidos são o principal país imperialista do mundo. O caso em questão é expressão deste momento histórico, com uma empresa exercendo controle de significativa parcela do mercado mundial. O poder do Facebook sufoca os possíveis concorrências na área de tecnologia digital. Este é o sentido das ações antitrustes iniciadas pela FTC.