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Mercadores da morte

Fábricas funcionando, cemitérios lotados

A Fiesp quer a reabertura das fábricas para a garantia do lucro dos patrões, ainda que isso possa resultar em milhares de trabalhadores infectados e mortos

Sem tergiversações e sem meias palavras, vamos direto ao assunto, dizendo o que deve ser dito. O empresariado nacional, os capitalistas que apoiam o governo criminoso e fraudulento de Jair Bolsonaro estão querendo que o trabalhador se infecte, morra e deixe sua família no desamparo. É isso e nada mais.

Não se trata de especulação, mas de uma afirmação taxativa e categórica de ninguém menos do que o senhor Paulo Skaf, bolsonarista de primeira hora, presidente da mais importante federação empresarial e industrial do País, a Fiesp. Skaf defende que a quarentena (que na prática não existe para o trabalhador, para o operário) seja “flexibilizada” em São Paulo a partir do dia 22 de abril, ou seja, já na próxima semana.

A piada fica por conta da declaração a seguir, onde o empresário golpista, apoiador do impeachment fraudulento contra o governo eleito do Partido dos Trabalhadores, diz que “até o dia 22 nós temos tempo pata ter toda a infraestrutura de saúde preparada e começarmos a reativar a atividade econômica de forma gradual. Temos de reativar de forma prudente, gradativa e com todas as cautelas, com o uso de máscara e distanciamento”. (Exame, 14/04). Um cinismo típico e bem característico da mentalidade do empresariado nacional, que tem o mercado como Deus e o lucro como religião.

O otimismo do empresariado, no entanto, em declarar que a “infraestrutura de saúde do Estado estará preparada” contrasta com os números (subnotificados, obviamente) que são divulgados – e também ocultados – pelas irresponsáveis e mentirosas autoridades sanitárias do mais importante Estado da federação, a começar pelo próprio governador paulista, o cínico e direitista, guindado à condição de “herói do povo”, João Dória. São Paulo lidera a macabra estatística nacional tanto em número de infectados, como de mortos, com crescimento exponencial de casos a cada dia. Nas palavras do próprio Secretário de Saúde da capital, Edson Aparecido, “60% dos 1.662 leitos de baixa e média complexidade para pacientes com coronavírus foram ocupados” (idem, 14/04).

A liderança empresarial bolsonarista da Fiesp mente acintosamente, pois o que os vampiros sanguessugas da Fiesp desejam não é a “retomada da atividade econômica” propriamente, mas o retorno do empregado a seu posto de trabalho para a continuidade da exploração e a garantia do lucro dos patrões, ainda que isso custe a saúde e a própria vida do trabalhador.

Na Itália, em Bérgamo, a região mais afetada pela Covid-19, epicentro da epidemia no País e no continente europeu, o empresariado fascista da região adotou as mesmas medidas que a Fiesp quer adotar aqui no Brasil, obrigando os trabalhadores a irem para as fábricas, se expondo à infecção. O resultado foram centenas e até milhares de mortes, com direito a “desfile” de caminhões do Exército conduzindo corpos em comboio para os necrotérios, crematórios e cemitérios de outras cidades, já que não havia mais como enterrar os mortos na cidade.

A verdade é que muito diferente do que vem sendo propagado, inclusive por setores da esquerda, onde se afirma que o vírus é o “grande inimigo” (invisível), que é necessário a “unidade nacional” em torno à luta contra o vírus, a epidemia é parte indissolúvel da luta de classes, da exploração capitalista, da ofensiva do capital, da destruição dos sistemas públicos de saúde em quase todos os países, inclusive nos países imperialistas, como é o caso da Itália, França, Inglaterra e Estados Unidos.

É preciso denunciar e desmascarar as intenções macabras e de morticínio por detrás da suposta necessidade de “retomada da atividade econômica”, advogada pelo empresariado facistóide, bolsonarista, da Fiesp. O que esses senhores mercadores da morte desejam está oculto, não está declarado. A reabertura das fábricas e de outras unidades de produção e do comércio, já a partir da próxima semana, não é para outra coisa senão a garantia do lucro e da exploração do trabalhador, assegurando o lucro dos patrões. Quanto às medidas de segurança para os trabalhadores, trata-se de retórica demagógica, fraudulenta, pois nunca houve qualquer preocupação com a segurança e a saúde do trabalhador, que sempre estiveram expostos aos maiores riscos (o Brasil lidera as estatísticas mundiais em registros por acidentes de trabalho). Para os capitalistas e para a burguesia em geral não há outra preocupação que seja mais legítima do que os seus próprios interesses, ou seja, o capital acima de tudo e de todos.

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