Golpe acrescenta 208,8 mil fluminenses na condição de Pobreza Extrema, 4,5 milhões no Brasil
Por Nivaldo Orlandi
Desde 2014, toda a população de uma cidade como Nova Friburgo, 208,8 mil novos fluminenses ingressaram na condição de extrema pobreza. São 32% acrescidos aos 444,4 mil até então existentes . Um em cada três dos 652,4 mil, foram jogados na condição de pobreza extrema em função do golpe de Estado.
São brasileiros que vivem com até R$ 150 por mês.
Reportagem da Agência O Globo, 17/11/2019, traz a informação segundo dados da Síntese de Indicadores Sociais do IBGE, entre 2014 e 2018.
Extrema pobreza aumentou 47% entre 2014 (governo do PT) e 2018, (32 meses de governos do golpe), e atinge 652,4 mil pessoas no estado.
Em tão curto espaço de tempo, é a face mais visível do golpe que se abateu sobre a população trabalhadora do estado.
De uma situação de quase pleno emprego, 6,3% em 2014, em 2018 o Rio apresentava 15% de taxa de desemprego, a maior do País.
Em 2013 a taxa de desemprego era ainda menor, apenas 4,3% dizia o IBGE. Em 30/01/2014, o G1 informava que era a menor taxa de desemprego desde 2002.
O pesquisador Carlos Antônio Costa Ribeiro Filho, do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da UERJ é taxativo, “Esse foi o fator determinante para o cenário atual”.
O estado fluminense “passou por uma forte crise. De uma situação de quase pleno emprego, para a maior taxa de desemprego no estado”, o pesquisador da Uerj não vê luz no final do túnel, “esse quadro não foi revertido e não é possível enxergar um horizonte promissor para os próximos anos”.
Cristina Boeckel, G1, em 16/05/2019, corrobora com o pessimismo, atesta que o número de desempregados – de novo – bate recorde no RJ. Contingente chegava a 1,4 Milhões, ou 15,3% no primeiro trimestre de 2019.
Em 30/04/2019, no Blog do IBRE, Marcel Balassiano, traz outros informes sombrios para o estado fluminense, “em 2018, o RJ foi o Estado com pior desempenho entre todos os Estados analisados, enquanto que o Brasil cresceu pífios 1,1%, RJ além de nada crescer, ainda teve queda de 0,9%”.
No ano anterior, 2017, Rio de Janeiro também tivera queda. Economia andara para trás em (-2,3%). O recuo do RJ em 2018, foi o quarto ano consecutivo, a saber, 2015, 2016, 2017 e 2018.
O Brasil, de acordo com os dados do IBC-Br, (índice do Banco Central do Brasil) também teve anos consecutivos de queda, mas em um ano a menos do que o estado fluminense. A nível de Brasil, os três anos de queda foram de (2014-16).
Já segundo os dados das Contas Nacionais do IBGE, o PIB teria recuado menos, por dois anos consecutivos (2015-16). O que havia ocorrido apenas uma vez antes no Brasil, em 1930-31, durante a Revolução de 30. A queda desta vez foi mais forte do que a da década de 30, utilizando os dados da série histórica do Ipeadata.
Balassiano, diz que a paradeira na economia do RJ, somente não foi ainda mais forte, pelo motivo de o estado ter sido o último a entrar em recessão por causa do efeito das Olimpíadas de 2016.
Sobre o emprego formal, segundo os dados do CAGED, em 2018 houve criação líquida de 421 mil empregos no Brasil. Já no RJ, houve um fechamento de 2 mil postos de trabalho formais.
O menor contingente de brasileiros na condição de extrema pobreza foi conseguido no governo do PT
O menor contingente de brasileiros na condição de extrema pobreza, foi conseguido no governo do PT, em 2014, quando o percentual de brasileiros nessa condição apresentava o índice de 4,5%.
De 2015 em diante, o índice de brasileiros na faixa de extrema pobreza voltou a subir, 4,9% em 2015, 5,8% em 2016, no ano do golpe. Subiu mais ainda para 6,4% em 2017 e no terceiro ano do golpe, a extrema pobreza bateu nos 6,5%, um recorde em sete anos. Ano em que 2,3 milhões de brasileiros voltaram a integrar a faixa da extrema pobreza, segundo os números do IBGE.
O contingente de brasileiros miseráveis, foi acrescido desde 2015 em 4,5 milhões de brasileiros. Desses, 208,8 são do estado do Rio de Janeiro. Tendência que deve perdurar se a direita no governo continuar. Eis aí um expressivo feito do golpe.
O programa Bolsa Família, voltado para a redução da extrema pobreza, está sendo reduzido paulatinamente, o que certamente, fará com que o número do contingente de brasileiros vivendo na extrema pobreza aumente também.
À época de quase pleno emprego, no governo do PT, 15,9% recebiam Bolsa Família, Hoje, após pior crise econômica, apenas 13,7% recebem o benefício.
O porcentual de famílias que recebem Bolsa Família caiu em sete anos, segundo dados do IBGE. No governo PT, em 2012, 15,9% dos lares brasileiros recebiam esse benefício. Ao final de 2018, já no governo do golpe, apenas 13,7% das famílias brasileiras recebem o modesto benefício.
A política de miséria para o povo aplicada pelos golpistas, fez o quadro, a partir de uma situação histórica que já era muito ruim, agravar-se. Por isso é preciso lutar pelo fora Bolsonaro e todos os golpistas e derrotar o golpe de Estado.