O partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) superou o partido da chanceler Angela Merkel, a União Democrata Cristã (CDU), nas eleições regionais da Turíngia. A eleição foi vencida pelo partido A Esquerda, mas ficou marcada pelo crescimento da extrema-direita. A Esquerda ficou com 31% dos votos, enquanto a AfD conseguiu 23,4%, e a CDU, em terceiro, ficou nos 21,8%.
Crescimento da extrema-direita
Para a extrema-direita, essa votação significou um crescimento de mais de 50% nas eleições. Em 2014, a AfD tinha ficado com 10,6% dos votos. Com os 23,4% do último domingo a AfD demonstra um crescimento eleitoral vertiginoso, no último país desenvolvido da Europa em que esse crescimento ainda vinha sendo contido com algum sucesso.
Crise do regime político
Assim como em outros países da Europa, como Itália, França e Inglaterra, o crescimento da extrema-direita acompanha o colapso de partidos tradicionais do regime político. Enquanto a extrema-direita cresce, os partidos de direita e de esquerda que se alternavam tranquilamente no governo sob o regime político da burguesia imperialista europeia estão derretendo eleitoralmente e passando por crises internas. É no vácuo deixado pelo colapso desse partidos que a extrema-direita vem crescendo persistentemente.
Essa situação expressa a desagregação dentro do bloco europeu, em que a burguesia está perdendo controle da situação política. Diante dessa crise político, determinados setores já começam a se deslocar para a direita, de modo que possa preparar uma repressão mais intensa contra a classe trabalhadora. Por outro lado, a omissão da esquerda diante dos capitalistas que controlam o regime político, e o apoio dessa esquerda às instituições, dão à extrema-direita a oportunidade de crescer fazendo muita demagogia eleitoral.
Enquanto a esquerda continuar apoiando as instituições de um regime falido, a tendência ao crescimento da extrema-direita vai continuar. Que esse fenômeno já esteja acontecendo na Alemanha, e esteja avançando, mostra a gravidade da situação para a classe trabalhadora. A Alemanha é o principal país imperialista da Europa e tinha o regime político mais estável, o crescimento da extrema-direita mostra a profundidade da crise e o deslocamento à direita de setores da burguesia.