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Exposição traz mais de 500 originais de Millôr Fernandes, colaborador do Pasquim ridicularizava militares nos anos 70

Nunca foi tão necessário esclarecer o que significou e significa uma ditadura militar, os militares no governo, tomado por um golpe, contra a democracia, contra a soberania popular, contra a vontade popular. É fundamental oferecer aos que não passaram pela violenta experiência de viver numa ditadura e sofrer no corpo suas consequências.

A arte, em suas diversas manifestações, sempre foi uma possibilidade de descrição crítica da realidade. O humor, como forma de arte (ou entretenimento, como alguns podem preferir), é talvez uma das mais interessantes formas de denuncia, pelo uso da caricatura, da ironia, transformando algozes em personagens ridículos ou, de forma dissimulada ou não, descrevendo o sentido oculto da ação de sujeitos reais, em sociedades especificas.

Considerando a sociedade brasileira durante a ditadura militar, os militares, os ministros, as oligarquias, partidos políticos, todos são objetos adequados à crítica e à denúncia. Mas isso não poderia ser feito de forma direta, porque a censura não permitia criticas, muito menos denuncias que pudessem colocar em xeque sua legitimidade. O semanário O Pasquim, publicado entre 1969 e 1991, foi uma ferramenta fundamental para levar aos seus leitores o que outros não conseguiam, graças ao seu formato e por, inicialmente, ter-se voltado mais ao humor comportamental.

Entre os que fizeram parte da redação de O Pasquim (depois só ‘Pasquim’), estão Millôr Fernandes, Ziraldo, Tarso de Castro, Henfil, Ivan Lessa, Sérgio Cabral, Claudius, Fortuna e Luís Carlos Maciel e colaboradores como Paulo Francis, Chico Buarque, Caetano Veloso, Chico Anísio e Antonio Callado, entre outros.

Millôr Fernandes é homenageado na exposição “Millôr: Obra Gráfica”, que foi apresentada em 2016 no Rio de Janeiro, e resgatado pelo Instituto Moreira Salles, onde a exposição ocorre entre os dias 18 de setembro de 2018 a 27 de janeiro de 2019. A exposição traz cerca de 500 originais de Millôr, divididos em cinco núcleos temáticos. Entre as obras encontraremos desde autorretratos até sua produção crítica sobre a realidade brasileira, que foi publicada principalmente em forma de charges em diversos jornais e revistas.

Importante resgate da obra de Millôr Fernandes, falecido em 2012, porque as charges são ótimos recursos para apresentar de forma direta, sintética, uma critica, uma denuncia, ou para provocar uma reflexão a partir de uma imagem. Mais importante ainda é o fato de que Millôr, durante os anos 70 em particular, registra o que ocorria na sociedade brasileira, imersa na ditadura militar.

 

Vale conferir:

Mostra ‘Millôr: Obra Gráfica’

Instituto Moreira Salles
Av. Paulista, 2.424, Bela Vista
Terça, quarta, Sexta, Sábado e Domingo de 10h às 20h.
Quintas: 10h às 22h.

Abertura: dia 18 de setembro de 2018
Encerramento: 27 de janeiro de 2019

Entrada gratuita

 

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