Macri entregou tudo, pagou os fundos abutres, promoveu tarifaço. Fez tudo o que o mercado exigiu.
O dólar disparou, a inflação também, a miséria voltou. Fuga de capitais. O peso, a moeda argentina. desvalorizou.
A recessão chegou. Nosso maior parceiro comercial do Mercosul parou de comprar do Brasil.
Exportações à Argentina já caíram 40%. Empresas brasileiras temem atraso nos pagamentos
Assim o jornal El País, desta 3ª feira, 03/09/2019, abre manchete em reportagem de Heloísa Mendonça. Uma possível moratória com o FMI aumenta risco de a crise argentina contagiar o Brasil. O Brasil deve voltar a ter déficit comercial, o que jamais aconteceu durante o governo PT, com exceção de 2003.
Sinal vermelho também para os exportadores brasileiros.
O melhor das exportações do Brasil, as mercadorias de maior valor agregado, as industrializadas, têm na Argentina o seu melhor comprador. Desde o segundo semestre de 2018, o país vizinho do Brasil tem comprado cerca de 40% menos. Agora além de expectativa de vender ainda menos, os exportadores brasileiros correm o risco de sequer receber o valor do vendido.
Entre Janeiro e Julho de 2019, de 9,9 bilhões de dólares vendidos anteriormente, as vendas para a Argentina despencaram para 5,9 bilhões, segundo a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).
“Neste ano, vamos ter déficit comercial com os argentinos, o que não tínhamos desde 2003, relata José Augusto Castro, presidente da AEB.
A Argentina é o principal destino das exportações de transformados plásticos no país, representando 32% do volume total. O presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), José Ricardo Roriz Coelho diz que “está em alerta com o pedido de moratória da Argentina”
As exportações de calçados brasileiros para a Argentina vêm caindo desde o segundo semestre do ano passado. Entre janeiro e julho deste ano, 4,6 milhões de pares – de calçados – foram vendidos ao país vizinho, 28,5% menos do que no mesmo período de 2018. “Já em valor, a queda ainda foi maior, 37,8%, o que demonstra que até o valor do produto que a Argentina está consumindo está inferior que o ano passado”, lamenta o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Calçados (Abicalçados), Haroldo Ferreira.
Argentina continua sendo o 2º principal destino do calçado brasileiro, apesar das seguidas quedas. “É um mercado importante e a situação nos preocupa, porque, se a economia que já está frágil, ficar ainda mais frágil, podemos ter números piores este ano”, conclui.
A Argentina é o destino de 30% dos veículos exportados pelo Brasil. Em cada 10 automóveis comprados pelos argentinos, 7 provém do Brasil. O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes, informa que, nos seis primeiros meses de 2019, as vendas para o país vizinho desabaram em 41,5%.
“Ainda não recebi nenhuma reclamação, mas esse pedido ao FMI está sendo visto como uma espécie de moratória, o que sinaliza que a crise irá se prolongar”,
Colapso econômico à vista. Dólar acima de 60 pesos, e Macri, uma espécie de Bolsonaro argentino, está prestes a jogar a toalha. Se viu obrigado a revisitar um dos piores fantasmas do país e decidiu anunciar, na semana passada, que negociará mais tempo para pagar as dívidas argentinas com o FMI e credores privados.
Também são credores privados os exportadores de produtos industrializados do Brasil.
Como se vê, além de vender quase 50% menos, os exportadores brasileiros correm o risco de sequer receber o devido pelo vendido.
A política neoliberal implantada por Macri está levando a Argentina à bancarrota de novo.
Bolsonaro, amigo fraterno de Macri, quer trazer para o Brasil, esse modelo econômico. Volta a nos rondar, aquilo que era pesadelo nos anos 80, designado como o efeito orloff, “O Brasil será amanhã, o que a Argentina é hoje”?