Apesar da maioria da esquerda nacional se negar a levantar a palavra de ordem Fora Bolsonaro, existe uma ampla tendência à mobilização popular contra o governo ilegítimo e golpista. Isto ficou escancarado no carnaval e nas últimas mobilizações estudantis e de professores, onde a rejeição a Bolsonaro foi total nas ruas. Do mesmo modo, o apoio ao ex-presidente Lula foi generalizado.
A esquerda, no entanto, leva adiante uma política de aceitação do governo golpista de Bolsonaro, limitando a luta às chamadas reivindicações parciais, como a luta contra a “reforma” da previdência, contra os cortes na educação e assim por diante – e procurando estabelecer alianças políticas com setores supostamente democráticos do próprio regime golpista, como Tábata Amaral, Ciro Gomes e até mesmo o General fascista Hamilton Mourão.
Esta política de aceitação da fraude eleitoral e do golpe ficou clara por Guilherme Boulos do PSOL, que declarou que pedir a queda de Bolsonaro era se igualar a Aécio Neves em 2015, que logo após as eleições pediu a saída de Dilma, iniciando o processo golpista. Essa afirmação demonstra que para Boulos não houve golpe e as eleições foram legítimas, mesmo com todas arbitrariedades e a prisão de Lula, principal candidato da população.
Ao contrário de Dilma, Bolsonaro só foi eleito por conta de uma gigantesca fraude, de uma implacável perseguição à esquerda, antes e durante o pleito, e devido à prisão do ex-presidente Lula. Desconsiderar estes fatos é abandonar qualquer luta consequente contra Bolsonaro e toda a direita golpista.
Nesse sentido, a única política que pode levar a uma derrota dos ataques promovidos pelos golpistas é uma política que coloque em cheque o regime golpista de conjunto, essa luta deve assumir como palavra de ordem o Fora Bolsonaro e todos os golpista. Esta é a reivindicação que pode por fim ao golpe de estado e todas as suas arbitrariedades.