O General Eduardo Villas Bôas ,”nem tão golpista, nem tão entregue ao imperialismo, até que parece nacionalista” como dizem confusos e coxinhas, afirmou em entrevista à GloboNews que o crime organizado é a “maior ameaça à soberania nacional”. Disse também que o tráfico de drogas está na base da violência no país.
Disse isso como um militar que quer “integrar” os estados para que o golpe avance ainda mais. Integrar os estados seria dar controle ao exército para intervir em todo território nacional, sem qualquer negociação com representantes dos estados ou municípios. Já sabemos que totalmente a contra gosto da população também.
O crime organizado nasce, muitas vezes, de uma necessidade de atacar o “crime legalizado” que são as polícias, exército, enfim, o aparato repressivo do Estado que ataca, assassina e mata a população pobre de forma sistemática; é assim que ela funciona. Outras vezes é apenas um “braço” diretamente criado por esse aparato para atuar em certas áreas. Forma indireta e direta da criação da “maior ameaça à soberania nacional”.
O general quer um abordagem “ampla e sistêmica” nas políticas de segurança.
A questão da segurança pública é uma farsa. Fica claro que o exército usa (ou cria) qualquer pretexto para avançar no controle do golpe de Estado. Tomar o país inteiro, oficializar a ditadura militar com essa mentira de acabar com o crime organizado.
Ao dizer que o crime organizado se “transnacionalizou”, ele quer se submeter aos interesses do imperialismo, mais especificamente, ser capacho do imperialismo norte-americano. Fingindo um interesse nacional, um nacionalismo, Villas Bôas quer seguir o plano de entrega da nação aos Estados Unidos.
A entrevista termina de forma tragicômica. O general diz que a intervenção deve ter um prazo determinado, se não os “efeitos deixam de ser positivos”.
Quando o exército ficou na favela da Maré por 14 meses, nada ficou positivo. Tudo piorou. Violência, saúde, saneamento básico (lixo deixou de ser recolhido). A favela da Maré viu que só houve efeitos negativos
Não existe ainda nenhum efeito positivo. Os efeitos continuaram aumentando no sentido de ficarem cada vez mais negativos para a população pobre, negra, favelada. Vai se intensificar no sentido de destruir a esquerda, a fachada de democracia e, finalmente com a instauração de uma ditadura militar.