Depois da baixa adesão à comemoração do golpe militar de 1964 no dia 31/03, na Avenida Paulista, o general do Exército, Eduardo Villas Boas, percebeu que, para atrair um público maior às manifestações de rua da direita e defender um novo golpe militar com ares de “apelo popular”, deveria mobilizar a classe média coxinha, com o discurso do combate à impunidade e de proteção aos “cidadãos de bem”.
Através de seu Twitter, lido no ar ontem à noite (03) durante o Jornal Nacional da Globo, o militar disse que, diante da necessidade de “respeito à Constituição”, em nome do “bem do país”, e para “acabar com a impunidade”, o Exército está “atento às suas missões institucionais”. Em outras palavras, está tudo preparado para um golpe militar de âmbito nacional, como em 1964.
Mancomunado com a Rede Globo há tempos, como se viu no Programa Conversa com Bial, em setembro do ano passado, o general já vinha acenando para a hipótese de golpe militar, inclusive saindo em defesa das declarações claras e diretas de outro golpista do Exército, Antonio Hamilton Mourão, no sentido da necessidade do golpe.
Naquela entrevista, Villas Boas deixou claro que os militares não dependem de qualquer pedido dos Poderes para decidirem pela tomada do poder, mas que, para tanto, bastaria a desconfiança de algum tipo de “iminência do caos”, como no caso de eleições que “não solucionassem o problema” do país.
Sabe-se que todas estas expressões usadas pelo general, aludindo a uma suposta defesa da lei e da ordem, não passam de demagogia barata, de cunho golpista, para mobilizar a direita, atraí-la para o lado das Forças Armadas, e fazer com que a usurpação do poder ganhe um aspecto “democrático”, com a eliminação do voto do restante da população e de toda a oposição do jogo político.
Por isto, eles instigam a direita a sair às ruas, com o intuito de pressionar o STF contra o habeas corpus de Lula e contra o art. 5º, inciso LVII, da Constituição, para que o ex-presidente seja preso e impedido de disputar eleições pelas próximas décadas.
Diante deste quatro, com Rede Globo e o Exército aliados para acabar com o restava da democracia e com o Estado de Direito no Brasil, é urgente que a população saia às ruas para conter e combater o avanço da direita golpista, de modo a esclarecer que, independentemente da vontade das instituições falidas do período pós-impeachment, o povo batalhador brasileiro tem forças para reivindicar o poder soberano que é seu.
É necessário se manifestar contra a direita, não à prisão de Lula!