O ex-membro do Órgão de Coordenação de Operações Anti-Subversão (OCOA) Enrique Uyterhoeven testemunhou no caso que investiga as violações dos direitos humanos no centro conhecido como La Tablada e os desaparecimentos dos militantes comunistas Félix Ortíz, Miguel Mato e Omar Paitta.
Uyterhoeven admitiu em juízo a aplicação de um procedimento denominado submarino para busca de confissões de uruguaios que lutavam contra o regime ditatorial por meio de sofrimento físico e psicológico, e que se tratava de atos que respondiam a uma cadeia de comando.
A testemunha negou conhecer as citadas vítimas sequestradas nas ruas da capital em 1981 e 1982, e transferidas para La Tablada, onde morreram torturadas ou baleadas por seus captores.
A investigação judicial continuará com o depoimento de Jorge Charleta Gundelzog na segunda-feira, e pelo qual Wellington Sarli, um dos três soldados uruguaios condenados pelo assassinato de Eugenio Berríos, ex-agente da Diretoria Nacional de Inteligência da ditadura de Augusto, foi intimado, junto com Pinochet, no Chile.
O caso abre mais um capítulo nos esforços da Promotoria Especial de Crimes Contra a Humanidade, criada no último governo da Frente Ampla antiga Associação de Presos (Crysol) e Familiares de Detidos Desaparecidos, para a condenação de responsáveis por atrocidades anteriores.
Décadas depois, tentam superar os efeitos da Lei de Retorno à Democracia de 1986, que favoreceu a impunidade e um denunciado pacto de silêncio nas Forças Armadas.