O ex-prefeito de Guayaquil, Jaime Nebot, convocou na manhã desta terça-feira (8), durante uma transmissão de rádio. Nebot declarou: “equatorianos, com respeitosamente e sem ser intrometido, permito-me dizer: juntos podemos. Para além de nossas diferenças, defendamos unidos a democracia, nossas cidades, nossas famílias e nossos bens. Viva o Equador e Guayaquil!” Trata-se de um chamado à população da cidade para um confronto. Nebot sabe que há manifestantes se dirigindo À cidade para continuar os protestos contra o governo de Lenín Moreno.
Mudança da capital
Ontem (7), o presidente Lenín Moreno mudou a capital do País de Quito para Guayaquil, para fugir dos protestos que acontecem no País contra suas políticas neoliberais. Na última quinta-feira (3), o presidente decretou estado de emergência para combater os manifestantes. O decreto permite o uso de forças armadas contra a população, a censura e a mudança da capital.
Estopim para os protestos
Lenín Moreno foi eleito como sucessor do governo de Rafael Correa, com a promessa de levar adiante uma política de esquerda, típica do nacionalismo burguês. No entanto, assim que começou a governar passou a implantar políticas neoliberais e a perseguir antigos aliados. Na semana passada, por ordens do FMI, Lenín Moreno acabou com os subsídios dos combustíveis. Esse foi o estopim para os protestos se alastrarem pelo País e tomarem a capital, Quito.
Nebot chama à guerra
Guayaquil, para onde Moreno mudou a capital ontem, ainda não teve protestos contra o governo. É a maior cidade do país e seu centro financeiro. Manifestantes de outras partes prometem ir até lá para continuar os protestos. Diante disso, o ex-prefeito Jaime Nebot disse que os cidadão serão informados sobre ações coordenadas “para impedir os vândalos logrem seu miserável propósito”. e afirmou que “indivíduos equatorianos e estrangeiros, mas totalmente alheios à nossa cidade, tentam, desde à noite, tomar nossa cidade para colocá-la no caos e realizar atos de vandalismo, que atentam contra sua seguranças e contra seus bens”.
Desesperada diante da mobilização popular contra o governo, a direita está chamando a população da cidade a um conflito. Essa é a resposta inevitável da direita à população quando sua política neoliberal começa a ser contestada nas ruas. Lenín Moreno só pode aplicar seu programa esmagando a população. Os trabalhadores, por outro lado, não podem defender seus interesses convivendo com um governo como o de Lenín moreno. Assim como no Brasil, está colocada a necessidade de imediata deposição do governo atual. No Equador, a tentativa de livrar o país do peso de um capacho do imperialismo já está em curso.