De um dos quartos do Hotel Quagliaro, o primeiro presidente indígena da Bolívia fez uma forte declaração à OEA, salientando que seu secretário-geral havia causado danos irreparáveis e, após pedir sua demissão, disse que, se não o fizesse, solicitaria aos Estados-membros que iniciassem, sob a proteção da Carta da OEA, os procedimentos relevantes para sua remoção.
O ex-presidente, refugiado político na Argentina, também exigiu uma auditoria independente do trabalho técnico que levou à preparação daquele relatório sobre as eleições de novembro de 2019, que ele descreveu como fraudulento, a fim de estabelecer responsabilidades e remover quaisquer sombras das pessoas que foram vítimas de uma conspiração e de um golpe, disse ele.
Por outro lado, Morales anunciou que apresentará uma queixa ao Tribunal Penal Internacional para que os responsáveis pelo golpe de Estado possam ser julgados e processados. Desta forma, disse ele, o povo da América Latina será poupado do que o povo boliviano sofreu.
Sobre a vitória do Movimento ao Socialismo (MAS) no domingo passado, ele disse que a porcentagem daquele braço reconfirmou ‘que não houve fraude, sim houve um golpe’. No ano passado, ganhamos as eleições de forma limpa e justa, os resultados de 2019 e 2020 são praticamente os mesmos e até os superaram, enfatizou ele.
Depois de chamar as recentes eleições de um evento histórico após tanto sofrimento, o líder indígena confiou no povo, consciente de nosso processo de mudança, disse ele, e ressaltou que o MAS também terá uma maioria em ambas as casas do Congresso.
Finalmente, ele destacou que o novo presidente boliviano, Luis Arce, é o líder que seu país precisa para retornar ao caminho democrático e começar a resolver a crise, e insistiu mais uma vez em fortalecer a unidade latino-americana e colocar a Unasul (União das Nações Sul-Americanas) de novo em pé.