Da redação – O presidente reeleito da Bolívia, Evo Morales, denunciou novamente que a direita busca dar um golpe de Estado para reimplantar o neoliberalismo no país, assim como fez ao longo das décadas de 1980 e 1990 e até o começo dos anos 2000.
“Não querem reconhecer [o resultado eleitoral], querem fazer um golpe de Estado para que voltem novamente as políticas do FMI e do Banco Mundial”, declarou o líder nacionalista hoje (01) em Cochabamba.
Desde que venceu as eleições, no último dia 20, Morales vem enfrentando uma onda golpista encabeçada pelo candidato derrotado, o ex-presidente neoliberal Carlos Mesa. Ele não reconheceu a derrota e convocou seu eleitorado coxinha a fazer manifestações violentas e desestabilizar o país. Houve diversos ataques a centros eleitorais e enfrentamentos com a base social e eleitoral do Movimento ao Socialismo (MAS), de Evo Morales.
A Organização dos Estados Americanos (OEA) – um aparelho dos EUA para controlar os países do continente – também não reconheceu as eleições, bem como a União Europeia (que não tem nenhum direito em se intrometer nos assuntos de um país que sequer é do continente europeu). O governo dos Estados Unidos, obviamente, também acusou as eleições de serem fraudulentas.
O que acontece na Bolívia é parte da ofensiva do imperialismo na América Latina. Evo Morales acreditava (e, aparentemente, segue acreditando) que conciliar com a direita e o imperialismo irá salvá-lo. Ele aceitou uma auditoria junto com a OEA, que tem pretensões de derrubá-lo. Esse não é o caminho, senão a mobilização de sua base social popular para derrotar o golpe nas ruas.