Dia 20 de outubro Evo Morales foi reeleito para um quarto mandato. A vontade do povo refletiu-se mais uma vez no resultado eleitoral, apesar da intensa campanha da direita golpista, usando quase todos os jornais do país, rádios e canais de TV. Fracassada a tentativa de derrubar Evo por meio de uma campanha golpista durante as eleições, a direita recorre agora ao puro e simples golpe de Estado. O candidato direitista e derrotado Carlos Mesa não reconheceu o veredito dos votos e acusou as eleições de serem fraudulentas. Mesa chamou seus apoiadores às ruas para protestar contra sua derrota nas urnas, e desde então têm ocorrido coxinhatos na Bolívia.
Esses coxinhatos estão coordenados com instituições imperialistas. A União Europeia e a Organização dos Estado Americanos juntaram-se à direita boliviana na exigência de um segundo turno, apesar de, pelas regras eleitorais vigentes, Evo Morales ter vencido no primeiro turno.
Apoio ao governo
O presidente Evo Morales, porém, não ficou assistindo os coxinhas agirem sozinhos. O governo também chamou seus apoiadores a protestarem nas ruas a seu favor. Essa medida é fundamental, pois só a população mobilizada pode derrotar essa tentativa de golpe,l que está seguindo o modelo das tentativas golpistas em curso na Venezuela há quase duas décadas.
Segunda-feira (28), houve confrontos em diversas cidades da Bolívia, entre coxinhas chamados às ruas por Mesa, que não se conformam com a votação, e os apoiadores de Evo Morales, que saíram às ruas para comemorar o resultado e para defendê-lo. Em Santa Cruz, reduto da direita golpista, mas também polarizada, os hospitais ficaram em alerta, esperando a chegada de feridos durante os confrontos. Pelo menos 30 pessoas ficaram feridas no país devido aos confrontos entre os dois grupos.
Onda golpista
A Bolívia está vítima da mesma onda golpista que trocou o governo de acordo com os interesses do imperialismo em Honduras, Paraguai, Equador e Brasil, entre outros. É a mesma onda golpista que tenta derrubar o governo da Venezuela e agora pode levar a uma vitória da direita no Uruguai. Trata-se de uma política planejada pelo imperialismo para controlar toda a região, obter apoio à sua política externa no mundo, saquear os países atrasados da região, e atacar as condições de vida dos latino-americanos.
As mobilizações a favor de Evo Morales são uma reação a essa política do imperialismo, da mesma forma que os protestos no Equador e no Chile contra seus respectivos governos. Trata-se de um embate em larga escala entre o imperialismo e o povo latino-americano, que torna-se cada vez mais explícito.