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O trabalhador que se arrisque

Europa afrouxa quarentena para recuperar os lucros dos capitalistas

A pandemia da Covid-19 ainda não está sob controle e a burguesia em desespero quer que trabalhemos e morremos

Estima-se que o recuo do PIB francês decorrente da prorrogação da quarentena até 11 de maio atingirá 8%. Segundo a Rádio França Internacional (RFI), que divulgou essa estimativa, será uma recessão histórica.

“Nunca desde o final da Segunda Guerra Mundial nosso país teve tamanho déficit”, declarou o Ministro de Ação Pública e Contas Gérard Darmanin.

O presidente francês Emmanuel Macron fez um pronunciamento à nação na noite de 13 de abril anunciando o fim progressivo da quarentena a partir 11 de maio.

Segundo a rádio France Info, o confinamento custa € 1 bilhão por dia aos cofres públicos. O ministro Gérard Darmanin alerta que essas previsões podem ser ainda piores: “ainda não estamos no fim dessa crise da Covid-19. Os dados que damos agora são apenas indicativos”.

Os franceses sairão da quarentena por etapas a partir de 11 de maio, revelou Emmanuel Macron. Para retornar ao trabalho, todas as pessoas terão acesso a uma máscara de tecido reutilizável e poderão fazer testes se apresentarem sintomas da Covid-19, disse a RFI.

O mesmo relaxamento nas medidas de isolamento já está ocorrendo em outros países da Europa. A Espanha, país que até há poucos dias era o epicentro da pandemia, já autorizou no dia 13 de abril a retomada parcial do trabalho.

A Áustria reabrirá pequenas lojas e parques públicos a partir de 14 de abril. A partir do dia primeiro de maio a ideia é reabrir as lojas maiores. As escolas deverão permanecer fechadas até pelo menos meados de maio, e eventos públicos estão proibidos até o fim de junho.

Na Dinamarca, o plano é reabrir inicialmente, a partir da 15 de abril, apenas as creches e escolas de ensino fundamental. Bares e shopping centers continuarão fechados e, seguindo a Áustria, eventos públicos permanecerão proibidos.

Na Noruega – que está em quarentena desde o dia 13 de março -, as creches deverão ser reabertas a partir do próximo dia 20, e uma semana depois será a vez das escolas do ensino fundamental. Também lá eventos esportivos e culturais permanecerão proibidos até pelo menos 15 de junho.

República Tcheca, Irlanda, Itália e Suíça também estão iniciando o relaxamento das medidas de isolamento.

O que percebemos em todos esses países europeus citados é uma tendência em liberar as atividades econômicas ao mesmo tempo em que as medidas restritivas para eventos públicos são mantidas ou pelos menos planejadas para serem liberadas apenas mais tarde. Os parques podem até ser abertos, mas os eventos ficam proibidos.

Quando se fala em pequenas ou grandes lojas, a RFI não dá detalhes de quais são essas lojas. Uma loja que vende comida é mais essencial que uma que vende perfumes ou artigos de luxo, seja ela grande ou pequena.

Confrontando essas medidas com o prognóstico econômico catastrófico para a França – e para o mundo como um todo -, a grande preocupação desses governos não é a saúde do povo, mas a tentativa de evitar o inevitável: o colapso econômico, a depressão que atingirá em cheio os países imperialistas europeus e tentar minimizar as perdas dos capitalistas.

No dia 14 de abril o FMI divulgou que o PIB mundial deve recuar 3% neste ano.

Por isso, seguindo uma retórica que aparenta ser menos truculenta que a do presidente ilegítimo Jair Bolsonaro, os governos europeus defendem – colocando em prática – o que Bolsonaro tem falado há dias: que os trabalhadores devem voltar ao trabalho, mesmo se arriscando a morrer da Covid-19.

O burguês, falando pela boca de seu economista neoliberal diz: a economia não pode parar, as perdas dos capitalistas já são grandes demais e precisam ser diminuídas. Nada de impostos fortemente progressivos. Que absurdo é esse de confiscar 20% de quem tem bilhões de dólares? Aceitável é diminuir o salário em 70%, ou demitir milhões de pessoas.

Esse tipo de atitude mostra claramente que não há nenhum tipo de diferença essencial entre um fascista acéfalo como Jair Bolsonaro e os seus pares “civilizados” da Europa.

Por outro lado, o que os governos dos países capitalistas estão fazendo nada mais é que seu papel histórico reacionário. Se a burguesia foi revolucionária até a consolidação de seu domínio na luta contra a nobreza, ela passou a ser reacionária desde então (meados do século XIX), e de uma forma cada vez mais abjeta.

Nisso a burguesia é plenamente consciente do que ocorre e sabe que tem que usar todos os meios possíveis para evitar que seu domínio acabe. Ela nunca teve e nunca terá travas morais, e se necessário for dizimar o povo para tentar recuperar seus lucros, ela o fará.

O que é até mais criminoso que isso é o fato da chamada esquerda reformista estar abdicando da luta. Luta essa cheia de perspectivas, dada a dimensão da crise. Essa esquerda que cresceu muito impulsionada pelo aprofundamento da crise capitalista em países fundamentais do imperialismo, como os EUA e o Reino Unido, deixa suas bases a mercê não da burguesia “civilizada”, mas da extrema-direita.

Apenas a mobilização dos trabalhadores do mundo todo, atropelando essa social-democracia falida e organizando-se e agindo de forma independente da burguesia, poderá não apenas evitar esse genocídio anunciado, como levar a humanidade a um futuro verdadeiramente civilizado.

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