Ao todo, os contratos entre Washington e Taipé, a capital da ilha, chegaram ao valor de US$ 1,8 bilhão (R$ 9 bilhões). A venda foi uma forma do governo americano de Donald Trump reforçar seu apoio a Taiwan com objetivo de impactar a influência chinesa na região. A movimentação, no entanto, aumenta ainda mais as tensões entre Pequim e Washington, já elevadas por discordâncias a respeito do Mar do Sul da China, Hong Kong, direitos humanos e comércio.
A China considera que Taiwan, província rebelde, pertence à sua soberania. Recentemente, a China enviou caças para sobrevoarem a delicada linha média do Estreito de Taiwan, que normalmente serve como um tampão extraoficial.
Reagindo à a venda de armas a Taiwan, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, disse durante uma entrevista coletiva com a imprensa que o comércio entre Washington e Taipé deveria parar.
“[As vendas] interferem seriamente nos assuntos internos da China, danificam seriamente a soberania e os interesses de segurança da China, enviam uma mensagem seriamente equivocada às forças de independência de Taiwan e danificam gravemente as relações China-EUA e a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan — disse Zhao, que acrescentou: — A China adotará uma reação legítima e necessária de acordo com a maneira como a situação transcorrer.
O porta-voz não deu detalhes, mas a China já impôs punições a empresas dos EUA por venderem armas a Taiwan, embora não esteja claro como foram essas sanções.
Por sua vez, os Estados Unidos disseram, ao anunciar a decisão da venda, que o contrato pelos 135 mísseis “serve aos interesses econômicos e de segurança nacional dos Estados Unidos, ajudando (Taiwan) a modernizar suas Forças Armadas e a conservar uma capacidade de defesa confiável.
O míssil vendido pelos EUA é do tipo ar-terra Standoff Land Attack Missile Expanded Response (Slam-ER) e tem alcance máximo de 270 km, superior à largura do Estreito de Taiwan que separa a ilha da China, informa O Globo.