Na última quinta-feira, 11 de junho, o Departamento de Trabalho do governo americano apresentou o balanço semanal da situação do emprego nos Estados Unidos. As estatísticas oficiais apontam que 1,5 milhão de pessoas solicitaram o socorro governamental destinado aos desempregados, num total que já soma mais de 44 milhões de trabalhadores dependendo do auxílio assistencialista na economia mais dinâmica do mundo. A atualização dos dados sobre a situação aponta que mais de 26,86% da força de trabalho nos Estados Unidos foi posta na marginalidade do sistema produtivo, um contigente que supera o auge da Grande Depressão, em 1933, quando 24,9% da força de trabalho americana não tinha trabalho.
Ainda que oficialmente, as estatísticas apontem o desemprego em 14%, há que se considerar o fato de todos os 50 estados terem retomado as atividades econômicas (exceto o Distrito de Columbia, que não é um estado mas um distrito federal, onde se localiza a capital Washington), alguns desde o fim de abril. Embora eventuais políticas de isolamento permaneçam em alguns estados, o isolamento rígido já fora abolido na maioria deles até meados de maio, tendo a Carolina do Norte reaberto por último, em 22 de maio, o que não impediu a deterioração dos empregos numa escala sem precedentes. Este dado foi considerado também pela burguesia.
Após uma vertiginosa queda entre a última semana de fevereiro até o fim de março, a bolsa de valores de Nova Iorque, que em total descompasso com o resto da economia, vinha registrando altas seguidas com quedas mínimas e pontuais, voltou a registrar uma forte retração na quinta, a ponto da queda no volume de negócios atingir -6,9%, muito próximo do que seria o primeiro circuit breaker desde as semanas que antecederam o pacote trilionário de resgate ao capitalismo.
Analistas do mercado financeiro destacaram os dois principais fatores que provocarm pânico nos capitalistas: a perspectiva cada vez maior de uma segunda onda do coronavírus obrigar a uma nova onda de lockdowns no país e também o desemprego.
O fracasso da política de abir os cofres públicos aos capitalistas é cada vez mais evidente. Tendo se revelado ótimo para os bilionários, quase um em cada três trabalhadores americanos não apenas foram roubados pelo regime político como ainda experimentaram o efeito mais perverso da demagogia por trás dos trilhões de dólares entregues à burguesia, supostamente para a manutenção dos empregos mas que viraram fichas da jogatina no cassino dos mercados financeiros.
Em um momento de profundas e acentuadas tensões sociais, o principal pilar de sustentação do imperialismo vai demonstrando a impossibilidade de se conciliar os interesses conflitantes entre uma burguesia decadente e coisas tão básicas ao trabalhador quanto um emprego. O medo registrado pela bolsa de valores de Nova Iorque, é acima de tudo, político.