No dia 6 de novembro de 1986, investigações feitas pelo senado dos EUA trouxeram a tona uma das mais importantes evidências relacionadas ao envolvimento do imperialismo norte-americano com a derrubada de governos que se opõe a sua cartilha neoliberal.
O caso em questão ficou conhecido como Irã-Contras. As investigações revelaram que a Agência de Inteligência norte-americana, a CIA, estava envolvida em um esquema de tráfico ilegal de armas com o governo do Irã, que na época estava em guerra contra o Iraque. O dinheiro do tráfico de armas era utilizado para financiar o grupo contra-revolucionário, os Contras, o qual atuava para derrubar o governo revolucionário da Frente Sandinista na Nicaragua.
A frente do esquema, além do próprio presidente norte-americano, Ronald Reagan, estavam também o vice-presidente, George Bush, que viria a ser presidente em 1989, além de diretores da CIA e o tenente coronel Oliver North, que comandava o Conselho de Segurança Nacional.
Mais tarde, em 1996, após uma série de investigações, o jornalista norte-americano, Gary Webb, revelou ao mundo que a CIA também atuava no tráfico de drogas (cocaína e crack) para as comunidades pobres e negras dos EUA em meados da década de 1980. O dinheiro milionário gerado dessa operação também era destinado ao financiamento do grupo direitista na Nicaragua. Por conta de seu trabalho, Webb foi perseguido pelo governo norte-americano, foi demitido do jornal em que trabalhava e nunca mais conseguiu um emprego como jornalista nos EUA.
Em 2004, ele foi encontrado morto com dois tiros na face em sua casa. A versão oficial fala em suicídio, a qual é contestada por diversas pessoas, amigos, familiares e órgãos de imprensa independentes.
O trabalho investigativo de Webb pode ser consultado no seu livro A Aliança Obscura (Dark Aliance: the CIA, the Contras, and the Cocaine explosion) e também pelo filme “O Mensageiro”, que conta a história de sua investigação.