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Maikel Moreno

EUA oferecem US$ 5 milhões pelo presidente do “STF” venezuelano

Novo episódio de ataque à Venezuela traz perseguição a membros do Judiciário, mais uma vez usando a velha desculpa da luta contra a corrupção

Em mais um episódio da série de ataques dos Estados Unidos ao governo da Venezuela. o Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, ofereceu uma recompensa de 5 milhões de dólares (algo em torno de 25 milhões de reais) por informações que levem à prisão do presidente do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela, Maikel Moreno.

A acusação levantada por Pompeo é de que Maikel Moreno seria um “comparsa” de Nicolás Maduro e que o próprio estaria usando sua posição para obter ganhos pessoais para influenciar os resultados de alguns casos criminais no país. Segundo Pompeo, “Moreno recebeu propina em troca de ações judiciais, como ordenar que juízes de instâncias inferiores liberem determinados acusados ou neguem certos casos, o que ocorreu em mais de 20 processos judiciais”.

Um dos processos no qual os EUA acusam o TSJ de corrupção é justamente o que levou à decisão que anulou a declaração de Juan Guaidó como presidente da república por meio da Assembleia Nacional.

O episódio aconteceu em janeiro deste ano quando o deputado golpista Guaidó, que um ano antes já havia se autoproclamado presidente da Venezuela, perdeu o seu posto de presidente do órgão para o também direitista e membro da oposição Luis Parra com a ajuda dos partidos aliados ao governo bolivariano. A derrota de Guaidó foi outro duro golpe para o imperialismo, em quem tinha apostado muitas de suas fichas.

Desta forma o governo criminoso de Washington coloca Maikel Moreno em sua lista dos chavistas mais procurados. Logicamente que o primeiro desta lista é o próprio presidente, Nicolás Maduro. Os EUA já havia oferecido 15 milhões pela cabeça do presidente. Outros nomes nessa lista incluem Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Nacional Constituinte, Vladimir Padrino, ministro da Defesa e Tareck El Aissami, ministro do Petróleo.

Anteriormente os EUA já havia acusado Maikel Moreno de fazer parte de uma rede internacional de narcotráfico e ofereceu 10 milhões de dólares por sua prisão.

Logicamente que a imprensa burguesa, em órgãos como a BBC e o El Pais, replica o mesmo tom condenatório de Mike Pompeo, chamando Maikel Moreno de “chefe da quadrilha de Maduro”. Para a burguesia o natural é que um aparelho judiciário atue sempre em favor da direita. Quando ocorre o contrário, como na Venezuela, eles denunciam como um aparelhamento “corrupto”.

O imperialismo usa de uma velha tática antiga para atacar a Venezuela: o combate contra a corrupção. Essa bandeira é apenas uma arma que a direita usa para perseguir a um alvo específico. Podemos lembrar que essa tática foi usada inúmeras vezes no Brasil, por exemplo, com a Lava Jato. A imprensa burguesa fez uma intensa propaganda em favor da Lava Jato sob o pretexto de que a operação faria um grande combate à corrupção. Mas o resultado foi o que vimos, ou seja, a Lava Jato serviu apenas como um instrumento de perseguição e condenação do presidente Luis Inácio Lula da Silva.

Este ataque ao judiciário venezuelano é apenas o mais recente episódio da tentativa de um golpe militar no país pelo imperialismo, mais evidentemente pelos Estados Unidos. Há décadas que os EUA tentam impor o seu domínio à Venezuela, um dos países com maiores reservas de petróleo em todo o mundo. Os EUA têm feito ataques à Venezuela em todas as maneiras possíveis. Um dos problemas mais graves tem sido o bloqueio econômico do país, uma tentativa de sufocar a população do país, estrangulando a entrada de artigos essenciais como alimentos, remédios e combustíveis. Em 2019 Donald Trump anunciou o congelamento de todos os ativos da Venezuela em solo americano. Além disso ameaçou com retaliações quaisquer entidades estrangeiras que fizessem negócios com o governo venezuelano.

Outro golpe norte-americano foi impedir a entrega de 31 toneladas de ouro que o governo venezuelano tinha depositado no Banco da Inglaterra. Uma decisão de um juiz britânico impediu o retorno do ouro à Venezuela com base na tese de que o presidente de fato do país seria Juan Guaidó. Essas 31 toneladas de ouro equivalem a um bilhão de dólares, que seriam usados pelo governo bolivariano para diminuir as dificuldades impostas pelo bloqueio norte-americano.

Em nota, a embaixadora de Guaidó no Reino Unido, Vanessa Neumann declarou que “esse veredito é uma vitória para o povo da Venezuela e destaca a importância de um judiciário independente e apartidário”. O episódio deixou evidente que os Estados Unidos não estão sozinhos em sua ação. Todos os países imperialistas agem em conjunto na defesa de seus interesses comerciais.

Devemos também destacar que os Estados Unidos agem como a polícia do mundo, sempre intervindo em países em que eles declaram estar sob o controle de governos “totalitários” ou “ditatoriais”, como é a acusação que eles tentam impor ao governo bolivariano da Venezuela. Usando dessa propaganda os EUA já conduziram golpes de Estado em um sem número de países em todo o mundo, sempre acompanhados desse tipo de ferramenta como as sanções econômicas até a intervenção militar.

No último mês de maio os EUA fizeram um ataque direto à Venezuela com um grupo de mercenários que partiu da Colômbia e tentou invadir o país por mar. O alvo era a cidade de Macuto, no estado de La Guaira. Graças à ação das milícias civis o ataque foi frustrado, com vários mercenários mortos e outros capturados. Devemos lembrar que a Colômbia é um país que já está totalmente sob o controle do imperialismo norte-americano.

Há alguns dias atrás o governo da Guiana denunciou que os Estados Unidos pretendiam usar uma torre de rádio no país para transmitir conteúdo da Voz das Américas para bombardear a Venezuela com sua propaganda anti-Maduro. O governo das Guianas recusou a oferta dos EUA por não ter interesse em desestabilizar suas relação com a Venezuela.

É preciso apoiar o governo da Venezuela e repudiar todas as ações do imperialismo, que não tem atacado apenas a Venezuela, mas todo o continente sul americano, como vemos nos golpes de Estado no Brasil, Bolívia, Chile e Equador.

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