"Não viemos cantar"

EUA: negros marcham armados chamando a direita para o confronto

A crise geral do sistema político acentua o racismo nos EUA, levando os negros a se desfazerem das ilusões e buscarem o armamento ostensivo para o confronto que se anuncia

Os Estados Unidos voltaram a passar por novas turbulências em meio aos protestos que sacodem o país há mais de um mês. Em meio ao acirramento da crise política, uma milícia negra denominada Not Fucking Around Coalition (NFAC) realizou uma demonstração armada no parque estadual Stone Mountain, na cidade homônima próxima a Atlanta, Estado da Georgia. A demonstração se deu um dia após novo assassinato de cunho racista, ocorrido no feriado nacional de 4 de Julho (dia da independência americana), dessa vez, contra uma menina negra de apenas 8 anos. O crime ocorreu em Atlanta, próximo ao local de outro assassinato notório cometido pela polícia, contra o negro Rayshard Brooks.

“Nós estamos na sua casa”

O local escolhido pela milícia NFAC não foi aleatório. Tido como “o maior templo de supremacistas brancos do mundo”, o parque Stone Mountain é também o berço da 2ª geração da famigerada Ku Klux Klan, milícia fascista histórica nos EUA, composta majoritariamente por policiais, mas também por empresários, latifundiários e ideólogos do fascismo norte-americano.

Com estimativas dadas pela imprensa local variando entre 200 a mil, o consenso sobre a demonstração que chama a atenção é o fato de a milícia negra apresentar-se forte e ostensivamente armada. Com fuzis automáticos, os milicianos marcharam ao redor do parque destilando provocações contra as milícias fascistas.

“Não vejo as milícias brancas, então aos ‘Boogie Boys’, os ‘Três Porcento’ (111%) e todo o resto dos seus caipiras bundões: nós estamos aqui… Nós estamos na sua casa. Vamos. NFAC”, declarou um dos homens que organizava a marcha marcial que se desenvolvia. A determinada altura, um dos organizadores proclamou “somos uma milícia preta. Não somos manifestantes. Não viemos cantar”.

Em meio a idas e vindas, os protestos contra o racismo evidenciam a questão da autodefesa, que aparece como uma necessidade política de primeira ordem para a comunidade negra nos Estados Unidos, tratada com uma brutalidade desmedida pelo Estado americano, com pouca ou nenhuma mudança com o passar das décadas. Tem sido um massacre histórico que ganha contornos mais dramáticos em momentos de crise econômica mas que, finalmente, é uma constante na história americana, algo que manifestações de caráter pacífico se revelaram incapazes de superar.

Enquanto a milícia de extrema-direita 111% prevê um conflito de grandes proporções até o ano que vem, os negros americanos vão percebendo que o Estado nacional americano é uma parte fundamental do racismo que mata negros em escala industrial. Isso torna o armamento uma necessidade para os negros.

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