Os governos da Colômbia e Estados Unidos lançaram o plano Colômbia Crece, uma parceria militar para supostamente combater o narcotráfico e os grupos armados insurgentes que operam no território do país sul-americano.
As seguintes autoridades americanas assinaram o acordo: Robert O’Brien, assessor de segurança nacional da Casa Branca; Craig Faller, chefe do Comando Sul do Exército dos Estados Unidos; Adam Boehler, diretor da Corporação Financeira de Desenvolvimento Internacional dos EUA; Maurício Clever-Carone, assessor para assuntos latino-americanos dos EUA. O presidente Ivan Duque participou da cerimônia de assinatura do acordo no dia 17 de agosto, que prevê um investimento de 5 bilhões de dólares para os próximos três anos.
Em discurso, Ivan Duque destacou que um dos objetivos centrais do plano é “o fim da usurpação de poder na Venezuela”. Isto é, a invasão da Venezuela e a mudança do regime político se configuram como eixos fundamentais do acordo. Nas últimas semanas, a Colômbia autorizou operações militares do Exército dos Estados Unidos em seu território. Senadores de oposição denunciaram que houve uma fraude, uma manobra arquitetada por políticos de extrema-direita aliados ao governo Duque, e que a questão das tropas americanas deveria ter sido debatida e votada em sessão plenária do Senado, o que não aconteceu.
A influência direta dos americanos no Estado colombiano tem por objetivo coordenar a repressão à esquerda, particularmente ao partido político Força Alternativa Revolucionária do Comum (FARC), maior partido da esquerda do país, e dizimar a guerrilha Exército de Libertação Nacional (ELN), que ainda opera no país. A desestabilização política permanente e a invasão militar da Venezuela, utilizando seu vizinho como cabeça de ponte, estão na ordem do dia.
O Plano Colômbia Crece também visa reforçar o controle dos monopólios estrangeiros sobre a economia e os recursos naturais colombianos. Não é possível manter esse controle sem o financiamento sistemático da repressão aos movimentos sociais de luta nas cidades e no campo. Tanto o aparelho de repressão oficial, composto pela polícia e as Forças Armadas, como as milícias paramilitares participam cotidianamente nos massacres e operações de extermínio.
O regime político colombiano é uma verdadeira ditadura militar fascista. É uma demonstração prática do que são os regimes de países de capitalismo atrasado quando o imperialismo consegue tomar conta. No decorrer deste ano, centenas de militantes do partido político FARC foram assassinados, inclusive aqueles que assinaram o acordo de paz com o governo. A violação dos termos do acordo de paz pela extrema-direita que controla o Estado é denunciada internacionalmente.