Os Estados Unidos da América, para beneficiar seus aliados, estão saqueando o petróleo sírio. A acusação parte do ex-diplomata dos EUA na Arábia Saudita, J. Michael Springmann. Ele disse ainda que os EUA estão movendo soldados do Iraque para a Síria. Esse tipo de ação “é típica dos EUA e deveria ser mostrada em contraste com os 25.000 soldados que estavam em torno de Joe Biden durante a cerimônia de posse, há alguns dias”, disse o ex-diplomata, que também já fora chefe do departamento americano de vistos na Arábia Saudita, entre os anos de 1987 a 1989.
Uma emissora síria, no dia 21 de janeiro, revelou que 200 soldados a bordo de helicópteros foram levados para a cidade de Al-Shaddadi, onde os americanos têm uma base militar. Vizinha a Al-Shaddadi, a cidade de Al-Hasakah já havia recebido dos americanos 40 caminhões carregados de armamentos.
A SANA, agência de notícias síria, revelou que os EUA pretendem estacionar suas forças militares no campo de petróleo de Omar e no campo de gás de Koniko. Essa ocupação é parte da estratégia imperialista para dominar o petróleo da Síria, que produzia 380 mil barris de petróleo por dia antes da guerra civil iniciada em 2011.
Os Estados Unidos justificam sua presença no nordeste da Síria alegando proteger os campos de petróleo da ação do grupo terrorista Daesh, antigo Estado Islâmico do Iraque, organização jihadista com influencia do norte do Iraque ao leste da Síria, criada em 2003 após a invasão americana no Iraque.
A ação imperialista recente dos Estados Unidos foi denunciada pelo embaixador da Síria na ONU, Bashar al-Jaafari, que revelou que “as forças de ocupação dos EUA, na frente das Nações Unidas e da comunidade internacional, deram um novo passo para saquear os recursos naturais da Síria, incluindo o petróleo e gás, através da Delta Crescent Energy”. Essa empresa americana é acusada de fazer um acordo secreto com autoridades curdas para desenvolver e saquear o petróleo sírio.
Donald Trump, ex-presidente americano, em 2019, já dissera que os Estados Unidos iriam proteger esses campos e ficar com uma quantia: “Estamos guardando o petróleo […] Queremos guardar o petróleo, US$ 45 milhões por mês […] Devemos poder ficar com algum também, e o que pretendo fazer, talvez, é fazer um acordo com a ExxonMobil ou uma de nossas grandes empresas para ir até lá e fazê-lo corretamente”.
Sobre Biden, o ex-diplomata Springmann tece desconfianças sobre ele e revela as dominações históricas dos EUA pelo mundo: “Joe Biden é alguém em quem não se pode confiar. Nem mesmo seu próprio povo pode confiar nele. Os Estados Unidos da América têm forças que ocupam a Alemanha e o Japão 75 anos após a Segunda Guerra Mundial”.
Esses saques dos EUA na Síria mostram que o imperialismo continuará a todo vapor, sobretudo agora com a chegada de Joe Biden ao poder. Ele tem muito mais apoio da principal ala capitalista do imperialismo americano para, diante da crise política e econômica, aplicar uma política repressiva nos campos político, cultural, econômico e militar.