O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sancionou neste domingo o pacote do Congresso norte-americano que visa criar uma espécie de “auxílio emergencial” para os trabalhadores dos Estados Unidos, no valor de US$ 600.
Após uma crise se abrir em torno da proposta, devido à posição do atual presidente em vetar o beneficio, caso ele não fosse aumentado para 2 mil dólares, Trump recuou frente ao setor majoritário da burguesia e decidiu acatar a proposta.
O pacote de US$ 900 bilhões, inclui um auxílio a população pobre norte-americana, dinheiro para vacinas e casas de show. No entanto, a decisão de aprovar essa verdadeira esmola para população norte-americana, beneficiou muito mais a bolsa de valores do que os trabalhadores.
Com o anúncio de Trump, o dólar operou em queda neste início de semana, e as bolsas mundiais aumentaram. Sobretudo no mercado internacional, os capitalistas reagiram com otimismo ao pacote. Bolsas como a de Frankfurt, subiu 1,49%, e a de Paris, 1,14%. O mesmo aumento foram vistos nas bolsas de valores asiáticas, como a de Tóquio, onde o índice Nikkei fechou com alta de 0,7%, e na China, o índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, subiram 0,44%. Ainda maior, se deu a bolsa de Taiwan, com um aumento de 1,06%.
A alegria da burguesia revela bem o problema. Donald Trump, que havia se contraposto à esmola, recuou frente a pressão de toda burguesia internacional, que viu em sua postura um risco de todo projeto naufragar. Já a exigência de Trump, é mais um recado à Joe Biden, pois, caso o então presidente de fato vetasse a proposta, a máscara de “esquerdistas” e “progressistas” dos democratas cairia rapidamente. Para este setor, uma recusa aos US$ 2mil propostos por Trump iria apenas aprofundar toda a crise social no País.
A principal razão da criação do “auxílio” norte-americano é resultado, justamente, de toda a crise social que aumenta nos EUA. Com um aumento profundo da pobreza, o principal País imperialista do mundo decidiu conter a insatisfação da população o mais rápido possível, após um ano de fortes crises, e grande mobilização dos trabalhadores.
Com a aprovação da medida, abre-se um certo alívio no mercado internacional diante do pleno desenvolvimento da crise capitalista.
Com o pacote, os benefícios de desempregados incluíram um adicional de US$ 300 por semana; US$ 284 bilhões por empréstimo consignados para organizações e jornais locais, além de emissoras de TV e rádio. Além disso, o crédito para mensalidades das universidades será expandido, e créditos fiscais para impulsionar a construção de moradias serão realizados.
Dessa maneira, a todo custo, a burguesia norte-americana tenta salvar o País da crise. Enquanto a economia mundial afunda, a classe trabalhadora se revolta em todo mundo. Apenas na América Latina, local considerado um “quintal” do imperialismo norte-americano, uma onda de mobilizações atingiu países como Peru, Colômbia, Chile e parcialmente no Brasil, durante o ano de 2020. Já o próprio Estados Unidos sofreu diretamente com uma das mais fortes mobilizações de todos os tempos, desde a morte de George Floyd, no inicio do ano, que apenas se aprofundaram com o caos formado pela pandemia.
Todos estes benefícios mencionados não representam verdadeira mudança na vida dos trabalhadores norte-americanos. O aumento de US$ 600 é irrisório perto da situação que encontra-se o País. Para a boa parcela de desempregados, que já chega à 11 milhões de pessoas, este valor sequer da para manter uma família. O plano em si, vem a mais beneficiar a burguesia em uma tentativa de colocar panos quentes na crise social – o imperialismo norte-americano espera uma certa estabilização do regime -, enquanto o País mergulha em uma crise ainda maior, como visto com as eleições que elegeram Joe Biden, e a situação de crise que todo sistema capitalista durante o ano de 2020.