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Romain Fitzgerald presente!

EUA: ativista negro morre após 51 anos preso injustamente

O caso revela o quão perverso é o aparato de repressão norte-americano, principalmente no que concerne à população negra

No dia 29 de março de 2021 o companheiro Romaine “Chip” Fitzgerald, do Partido dos Panteras Negras, faleceu no cárcere após 51 anos aprisionado, ele foi o militante do partido que mais passou tempo na prisão. O caso revela o quão perverso é o aparato de repressão norte-americano, principalmente no que concerne à população negra, com destaque para o núcleo militante mais ativo, que é uma das maiores ameaças ao regime imperialista dos EUA. Biden, Trump, Obama, Bush, Clinton e todos os governos do país, pelo menos desde o fim da segunda guerra, são todos algozes dessa máquina de opressão da classe operária internacional.

Romaine nasceu em 11 de abril de 1949 na cidade de Los Angeles na Califórnia, filho de uma trabalhadora doméstica. No ano de 1969, ele se filiou ao Partido dos Panteras Negras para Autodefesa após ser liberado de uma casa de detenção de menores, onde se encontrava preso em confinamento solitário. De acordo com relatos foi neste primeiro cárcere que o jovem Chip conheceu as ideias de libertação do negro por meio das publicações dos movimentos, muito comuns no período, o que o impulsionou a entrar na organização.

Em setembro de 1969 ele e mais dois militantes do partido sofreram uma abordagem policial que escalou para uma troca de tiros, o jovem Fitzgerald foi baleado na cabeça e o policial foi ferido, um mês depois ele foi preso e condenado a duas penas de prisão perpétua. Um por tentativa de assassinato ao policial e outro pelo assassinato de um guarda, apesar de não haver nenhuma evidencia para a segunda condenação. O partido organizou uma campanha pela liberdade do companheiro preso, contudo a repressão capitaneada pelo próprio FBI destruiu completamente a organização.

A partir de 1976 Fitzgerald estava sujeito a liberdade condicional, que lhe foi negada diversas vezes ao longo das mais de 4 décadas em que ele continuou preso. No ano de 1998 ele sofreu um AVC que o paralisou parcialmente para o resto de sua vida, mesmo assim, doente e com quase 30 anos de prisão em suas costas o sistema judicial dos EUA não o libertou. 23 anos depois, na Prisão do Estado da Califórnia, em Lancaster, Romain “Chip” Fitzgerald faleceu aos 71 anos de idade, dos quais mais de 70% foram vividos no cárcere.

A terrível trajetória do companheiro Chip não é um ponto fora da curva na história da repressão do imperialismo norte americano àqueles que o desafiam, e os militantes do Partido dos Panteras Negras tem um grande destaque no que concerne a opressão monstruosa da burguesia. Em 2018 uma lista foi publicada pelo jornal Guardian com 19 lideranças do movimento negro dos EUA das décadas de 60 e 70 que ainda estavam encarceradas, muitos com o próprio Fitzgerald há mais de 40 anos. Tamanha repressão ainda no ano de 2018 revela a grandeza do ataque que sofreram os movimentos radicais dos negros e de esquerda em geral dos EUA enquanto estavam ativos.

No caso dos panteras negras a história de tão abominável que chega a ser famosa, o próprio FBI organizou uma operação de “contrainsurgência” para destruir completamente o movimento. Além das diversas lideranças presas e exiladas algumas chegaram a ser assassinadas a sangue frio pela própria polícia como é o caso de Fred Hampton, liderança do partido na cidade de Chicago, ainda com seus 21 anos de idade, e com potencial para se tornar uma grande liderança nacional dos trabalhadores negros.

Este caso escancara a farsa que é a democracia dos EUA, basta aparecer um movimento dos setores mais oprimidos da sociedade que defenda o socialismo de forma organizada que toda a demagogia das liberdades democráticas desaparece. O direito ao armamento que supostamente é defendido pela direita foi revogado imediatamente no estado da Califórnia após o início das atividades dos panteras negras, que advogavam pelo armamento do povo negro para se defender dos ataques da polícia. O direito à liberdade e à própria vida também desapareceu rapidamente, o regime imperialista, quando achou necessário, se comportou da mesma forma que as ditaduras sanguinárias que ele próprio impôs em países como o Brasil.

O mais importante de toda essa história é que as figuras que comandam o governo dos EUA nos dias de hoje, incluindo a extrema direita, mas principalmente as figuras tradicionais da política como o próprio Biden, sempre defenderam esse regime ditatorial. Eles não só apoiam o maior aparato de repressão da história da humanidade, que é o que existe atualmente no país, como se dedicam para que ele cresça ainda mais. O senhor da guerra que está na presidência dos EUA é autor da lei de encarceramento em massa que nos dias de hoje abrange mais de 2,2 milhões, com uma enorme proporção da população negra.

A vice-presidenta Kamala Harris, que serviu de demagogia para o voto dos negros por também ser afrodescendente, foi procuradora-geral do estado da Califórnia e aplicou políticas ultrarrepressivas, dentre as quais a de que crimes não violentos deveriam ser punidos com prisão. Não só isso como durante seu mandato o Chip Fitzgerald, já idoso, preso há 40 anos e paralisado por um AVC, teve seus pedidos de liberdade condicional negados. Biden, Kamala, Bush e Clinton não se diferem em nada daqueles que prendiam, torturavam e assassinavam os panteras negras nas décadas de 1960 e 70, alias o próprio Biden está no congresso desde 1973, sempre defendendo as políticas mais reacionárias.

A classe operária dos EUA não deve cair na política identitária de Biden, que é o principal representante do imperialismo, e nem de Trump, que se apresenta com uma demagogia nacionalista, é preciso adotar uma política independente que unifique os trabalhadores contra estes dois setores da burguesia. É preciso organizar um partido da classe operária que unifique todos os explorados dos EUA contra o regime imperialista, que todos os dias esmaga os povos de todo o mundo.

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