Mais uma dentre tantas propagandas enganosas do ilegítimo presidente Bolsonaro, o suposto benefício do Brasil ao privilegiar o comércio com os EUA nunca apresentou de fato bases concretas. Desta vez, o “aliado” do Norte acabou de anunciar uma brusca redução na quantidade do aço semi-acabado brasileiro que pode entrar em seu mercado sem pagar taxas.
A cota para o quarto trimestre de 2020 foi reduzida de 350 mil toneladas para apenas 60 mil, representando uma queda de mais de 80%. O duro golpe na indústria de base nacional foi fruto da pressão dos capitalistas da siderurgia estadunidense sobre o candidato à reeleição nos EUA, o xodó de Jair Bolsonaro, Donald Trump.
Como o governo “nacionalista verde-amarelo” reagiu? Um nota de repúdio? Algum protesto em defesa do “livre mercado”? Obviamente que não. O governo Bolsonaro, pornograficamente subordinado a Washington, se limitou a torcer pela recuperação do setor siderúrgico do país mais rico do mundo.
A nota conjunta do ministério das Relações Exteriores e da Economia mostra o nível de subserviência que norteia as relações entre os dois países: “O governo brasileiro mantém a firme expectativa de que a recuperação do setor siderúrgico dos EUA, o diálogo franco e construtivo na matéria, a ser retomado em dezembro próximo, e a excepcional qualidade das relações bilaterais permitirão o pleno restabelecimento e mesmo a elevação dos níveis de comércio de aço semi-acabado”(sic) (Estadão, 30/8).
Como explicamos inúmeras vezes, o suposto nacionalismo da direita não passa de um recurso demagógico e completamente desvinculado da realidade concreta. Assim como na ditadura militar, a exaltação à bandeira “verde, amarela, branca e azul anil” busca camuflar uma política entreguista e antipopular. Como expresso ainda no século XVIII pelo inglês Samuel Johnson “o patriotismo é o último refúgio do canalha”.
Ao invés de defender a indústria nacional, que desempenha importante papel no abastecimento da indústria siderúrgica estadunidense, Bolsonaro cumpre fielmente seu papel de capacho do imperialismo. Enquanto isso, avança na privatização dos correios e até a floresta amazônica entrou no radar do entreguista.
Para defender o que ainda resta da indústria nacional é preciso denunciar energicamente o entreguismo da direita, que não se resume ao bolsonarismo. Setores tão ou até mais entreguistas fazem parte da traiçoeira frente ampla, por exemplo. Fora Bolsonaro e todos os golpistas! Abaixo a farsa da frente ampla!