A maior economia capitalista do mundo, os EUA recuou em seu PIB em 4,8% no primeiro trimestre do ano. O tombo foi maior até do que o da zona do euro. Lá o recuo na economia foi de 3,8%. No trimestre anterior, houve crescimento de 2,1%. São dados preliminares divulgados no último dia 29, pelo BEA, escritório de estatísticas econômicas dos EUA, ligado ao Departamento do Comércio.
Um recuo tão acentuado, somente ocorreu na crise do subprime, de 2008. Desta vez, somente não foi maior que os últimos três meses de 2008, quando o Produto Interno Bruto (PIB) recuou 8,4%.
O coronavírus é o grande vilão da queda do PIB nos primeiros três meses do ano. Segundo o BEA, a pandemia fez com que os governos estaduais decretassem, “fique em casa”. “Isso levou a mudanças rápidas, empresas e escolas entraram em trabalho remoto ou cancelaram suas operações”. Os consumidores por sua vez, cancelaram, restringiram ou redirecionaram seus gastos”, justifica o escritório.
A queda no PIB reflete parcialmente o breque geral no consumo das pessoas, investimentos privados, e nas exportações. Os gastos pessoais ficaram restritos, aos itens de saúde, alimentos, produtos de higiene. Foram imensamente impactados os gastos com viagens, já que os vôos da Europa, por exemplo, foram todos cancelados.
Empregos por sua vez, são dizimados nos Estados Unidos. Somente na última semana de abril, mais de quatro milhões de americanos cadastraram-se para receber o seguro-desemprego. Já são mais de 30 milhões os desempregados que se socorrem do auxílio, em seis semanas desde que o isolamento social foi decretado no maior país capitalista do mundo. O índice de desemprego pode ter atingido a impressionante marca de 20% em abril, aproximando-se rapidamente da marca de 25% de desempregados ocorridos, durante a depressão de 1929. As projeções são de que, a marca de 25% de desemprego histórico acontecido na depressão de 90 anos atrás, será superada ainda nesse trimestre.
Contrariamente de outros países que subsidiaram empresas para o pagamento de salários, desde que não demitissem os trabalhadores, os Estados Unidos, nessa direção, nada fez. Certamente isso tem a ver, com a dizimação em massa dos empregos formais.
Nove anos após a Grande Depressão de 1929, veio a crise do subprime em 2008. Nem recuperada a crise capitalista, eis que aparece a pandemia do coronavírus. A crise no coração capitalista caminha para uma crise generalizada. A maior potência capitalista mundial está antevendo a inexorável, contínua, sem fim, crise histórica do capitalismo. Um regime que não é capaz de preservar sequer a vida dos seus “escravos” e merece, portanto, perecer.