Na capital chilena, Santiago, milhares de estudantes e professores protestaram contra os ataques à Educação do governo direitista de Sebastián Piñera. Os professores estão em greve desde segunda-feira (3) por conta das condições trabalhistas precárias às quais são submetidos. Na quinta-feira (6) saíram junto com estudantes para se manifestar numa marcha que começou na Praça Itália e se desenvolveu pela avenida Alameda, passando em frente ao palácio presidencial La Moneda.
A palavra de ordem “Piñera, entenda, a Educação não se vende, se defende!” procurava sintetizar as demandas dos professores por melhores condições de trabalho e de infraestrutura e seus protestos contra as mudanças curriculares no ensino médio, que envolvem transformar em facultativas matérias como história, educação física e artes nos últimos dois anos de curso.
Entre os alunos, além das queixas à precariedade da educação semelhantes às dos professores, havia também o repúdio à lei “Aula Segura”, que permite a expulsão imediata de alunos acusados de envolvimento com ocupações ilegais ou atos de violência nas instituições de ensino.
A lei, que foi aprovada no fim do ano passado e se trata de uma clara perseguição política aos estudantes, surgiu como resposta do governo a protestos violentos que tiveram seu ponto culminante em outubro de 2018 e que terminaram em confrontos com a polícia.
Além disso, há também a revolta dos alunos contra o endividamento de mais de 600 mil estudantes por créditos educativos para pagamento de mensalidades nas instituições de ensino privado.
Todo o episódio demonstra que a perseguição da direita contra a educação e a cultura é um fenômeno mundial e deve ser combatido veementemente não só pelos educadores e estudantes, mas por todos os setores da população e da classe operária. A luta pela educação constitui um dos aspectos fundamentais da luta do povo pelos seus direitos.
Essa luta precisa assumir cada vez massa a forma de uma luta política contra os governos e regimes políticos que sustentam essa política de rapina contra a população.