Da redação – A tentativa de exibição do recém-lançado documentário “1964: O Brasil entre Armas e Livros” em uma sala da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), na noite da terça-feira, dia 2 de abril, foi rechaçada por estudantes por meio de gritos e vaias, especialmente no trecho em que apareceu Olavo de Carvalho, o ex-astrólogo e auto-intitulado filósofo (sem diploma algum) que é guru da família e de representantes do governo ilegítimo de Bolsonaro.
O documentário, que estreou no dia 31 de março, faz apologia do golpe de 64 e tenta recontar a história, mentirosamente afirmando que “foi uma reação legítima a um movimento do presidente João Goulart de aproximação com o bloco soviético“.
O filme da produtora gaúcha Brasil Paralelo faz jus ao nome da produtora e reinventa outra realidade.
O presidente João Goulart, fazendeiro que tinha propriedades no Rio Grande do Sul e no Uruguai, foi ministro do Trabalho de Getúlio Vargas, quando da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) com a criação da respectiva carteira de trabalho e do estabelecimento do salário mínimo. Como presidente, criou o 13º salário (e por isso criticado em primeira página inteira do jornal O Globo) e fez um discurso a céu aberto na Central do Brasil (estação de trem do Rio de Janeiro) no qual anunciou seus planos de promover uma reforma agrária moderada. Isso desagradou a oligarquia e os interesses do imperialismo, que tomou as providências de sempre e promoveu o golpe, inclusive, como se sabe, com o envio da 4ª Frota Naval dos EUA para o litoral do Brasil, para dar respaldo com seus canhões em caso de resistência armada.
A rede de cinemas Cinemark divulgou um comunicado pedindo desculpas por ter exibido (segundo a empresa, inadvertidamente) o filme em São Paulo (a sala teria sido alugada por terceiros para a exibição, sem que a empresa tivesse noção do viés do filme) e se recusou a exibi-lo no Rio de Janeiro, ao perceber o repúdio popular.
Os estudante da Paraíba estão de parabéns por terem boicotado os fascistas, embora ainda de uma maneira muito tímida. Que os estudantes de outros lugares sigam o exemplo. Os estudantes devem se organizar, criar comitês de autodefesa nas universidades, para expulsar a extrema-direita. Em todas as universidades onde houver exibição desse documentário, os estudantes devem fazer atos e expulsar os fascistas.